Aposta em Certificados de Aforro afunda para mínimos de dois anos

Portugueses apostaram menos de 40 milhões de euros em Certificados de Aforro em outubro, o valor mais baixo desde novembro de 2021.

Os Certificados de Aforro perderam definitivamente o brilho depois de o Governo ter cortado a remuneração em junho. De lá para cá, os portugueses estão a apostar cada vez menos nestes títulos de poupança. As emissões líquidas em outubro atingiram, de resto, o valor mais baixo em dois anos.

As famílias subscreveram “apenas” 39,1 milhões de euros em Certificados de Aforro em termos líquidos de resgates no mês passado, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal. É preciso recuar a novembro de 2021 para encontrar um montante mais baixo: 19,9 milhões.

A perda de interesse nos Certificados de Aforro surge depois de o Governo ter decidido cortar a remuneração máxima de 3,5% para 2,5% após uma autêntica corrida que se verificou na primeira metade do ano, com um ritmo mensal de 2,27 mil milhões de euros em subscrições líquidas entre janeiro e junho.

Paralelamente, também os bancos foram forçados a subir as remunerações dos depósitos e conseguiram inverter a saída de poupanças que tiveram no primeiro semestre. A taxa de juro dos novos depósitos quadruplicou desde o início do ano, passando de 0,56% em janeiro para 2,29% em setembro.

Ao todo, as famílias têm aplicado aproximadamente 34,1 mil milhões de euros nos Certificados de Aforro, que corresponde ao valor mais elevado de sempre.

Enquanto isso, os Certificados do Tesouro continuam a registar mais saídas do que entradas pelo 24.º mês seguido. Em outubro, perderam 244,7 milhões de euros, com o stock do investimento a baixar para 11,4 mil milhões, o valor mais baixo em sete anos.

O mau desempenho dos Certificados do Tesouro fez com que, pelo segundo mês, os produtos de poupança para o retalho disponibilizados pelo Estado tivessem registado nova quebra, a mais intensa desde janeiro de 2020, com o montante total a cair 205 milhões de euros para 45,5 mil milhões.

(Notícia atualizada às 11h44)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Aposta em Certificados de Aforro afunda para mínimos de dois anos

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião