Retalhista chinesa Shein quer entrar em bolsa nos EUA

  • Joana Abrantes Gomes
  • 28 Novembro 2023

Loja online de "fast fashion" ainda não determinou a avaliação esperada no IPO, mas poderá alcançar os 90 mil milhões de dólares.

A Shein, uma das maiores retalhistas de fast fashion do mundo, quer entrar na bolsa nos EUA. De acordo com a Reuters, a empresa de origem chinesa submeteu confidencialmente os documentos para esse efeito junto do regulador do mercado financeiro.

Fundada em 2012 na China, mas atualmente sediada em Singapura, a Shein contratou o Goldman Sachs, o JPMorgan Chase e o Morgan Stanley como principais subscritores da oferta pública inicial (IPO), que deverá ocorrer no próximo ano.

A retalhista online ainda não determinou a dimensão do negócio ou a avaliação pretendida no IPO, mas, no início de novembro, a Bloomberg noticiou que a Shein poderia esperar uma avaliação de até 90 mil milhões de dólares. Para comparação, a Didi Global, avaliada em 68 mil milhões de dólares, foi a empresa chinesa mais valiosa a entrar na bolsa dos Estados Unidos. O IPO desta plataforma de transporte ocorreu em 2021.

Numa ronda de capital em maio, a Shein foi avaliada em mais de 60 mil milhões de dólares, o que representa menos um terço face à avaliação obtida numa operação do mesmo género realizada no ano passado.

A decisão da gigante de fast fashion de dispersar capital na bolsa norte-americana surge numa altura em que o mercado das ofertas públicas iniciais tenta recuperar após uma série de operações que ficaram aquém das expectativas dos investidores. Só nos últimos meses, em quatro grandes IPO, três foram uma desilusão, com as ações a descerem abaixo do preço a que tinham sido vendidas na oferta inicial pouco depois.

Não me parece ser o momento mais oportuno para a Shein entrar na bolsa, mas se precisam de capital, os mercados estão abertos. O sentimento dos investidores tem sido mais positivo do que era há algumas semanas”, disse Jason Benowitz, gestor sénior de carteiras da CI Roosevelt, citado pela Reuters.

A Shein tem sido criticada por alegadas más condições de trabalho nas fábricas com as quais tem parcerias, sendo acusada de produzir roupas de baixa qualidade, e pelo uso de algodão proveniente de Xinjiang, uma região na China conhecida pela opressão à minoria Uigur.

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