Hub de Gaming já recebe empresas que geram até 30 milhões de receita
Captar uma maior fatia da indústria de jogos para Portugal faz parte dos objetivos. Depois deste primeiro hub temático da Unicorn Factory, nos planos está abrir dois novos hubs especializados em 2024.
Atrair investimento e desenvolver a indústria de videojogos em Portugal é o objetivo do hub de gaming que abre oficialmente portas esta terça-feira, em Lisboa. O novo hub já recebe empresas que geram entre 20 a 30 milhões de euros de receita. Em Portugal, estima-se que a indústria valha 365 milhões de euros. Depois deste primeiro hub temático da Unicorn Factory, o objetivo para 2024 é abrir dois novos hubs especializados.
“O hub vai ter um espaço de agregação de todos os players, entidades e organizações e estúdios e startups que trabalham nesta área de videojogos. Tem um conjunto de espaços de trabalho para quem necessitar estar fisicamente no hub, mas, acima de tudo, o grande objetivo é criar aqui um espaço em que se possa criar uma comunidade forte, onde possam existir oportunidades de sinergias, de networking, para que os investidores possam vir ver o que é que se faz em Portugal nesta área”, adianta Gil Azevedo, diretor executivo da Startup Lisboa e Unicorn Factory, ao ECO.
Dividido em dois pisos, o espaço na Avenida da República tem 13 salas privadas e 12 espaços de coworking. Tendo a norte-americana Fortis como âncora (ocupa um dos pisos por completo), o espaço já recebe presencialmente oito empresas, – entre os quais o estúdio de videojogos ONTOP Studios e o GameDev Técnico, grupo de estudantes universitários composto por 50 alunos de diversas faculdades –, contando ainda com mais de 18 membros em formato virtual, como a Volt Games, a Infinity Games ou a Didimo, uma das scaleups que integraram o Scaling Up Program da fábrica de unicórnios.
O hub conta já também com a associação a três empresas de capital de risco – a Transcend, a Nobai e a Akilia Ventures – tendo como parceiros a Fortis, a Maleo, “onde o hub está instalado e que temos condições muito especiais para este hub possa estar lá instalado”, e a Associação de Produtores de Videojogos Portugueses (APVP).
“Neste momento, já estamos com uma ocupação de 50% do espaço. Sem contar com Fortis, se a incluíssemos já estávamos em cerca de 2/3 ocupação ainda antes do lançamento oficial”, adianta Gil Azevedo. “No hub temos espaço para cerca de 60 pessoas fisicamente e depois a nível de membership não físico, não há qualquer limite”, refere.
Sob o mesmo espaço, o hub já agrega empresas que geram receitas de vários milhões de euros. “Estes estúdios diretamente já tem um nível de receitas de 20 a 30 milhões de euros, pelo que o valor (de 2021) que apurámos a nível de métricas. O nosso grande objetivo é capturar e potenciar este número e conseguir capturar uma fatia muito maior a nível do valor da indústria global. Esta indústria, como um todo, vale 18 mil milhões euros”, refere o diretor executivo da Unicorn Factory Lisboa.
Em 2021, estima-se, que só na Europa, havia mais 5.500 empresas, representando 85 mil postos de trabalho. Em Portugal, haverá cerca de 500 pessoas a trabalhar de forma direta no setor, gerando 365 milhões de euros de receita, de acordo com uma previsão do Statista Market Insights. A nível global a indústria deverá duplicar de valor para mais de 450 mil milhões de euros até 2030, de acordo com dados da GlobalData.
“Portugal acaba por ter uma fatia bastante pequena, mas que tem toda a capacidade de conseguir crescer”, acredita Gil Azevedo.
O hub quer ser um centro para a dinamização da indústria, estando “um calendário de atividades que, por um lado, dinamize esta comunidade, através de eventos e ações que permitam estas ligações entre os diferentes players e, por outro lado, a criação de mais ideias, apoiando essas ideias a crescer e que (as empresas) consigam lançar jogos”.
“A própria indústria acaba por atrair a si os principais players e possíveis entidades relacionadas com o hub. Nestes últimos dois meses duas, três pessoas consideradas muito relevantes a nível global, como estavam em Portugal a própria indústria, que já conhece hub, levou-os lá e com isso atraímos mais players e mais pessoas interessadas nesta área irem também visitar o espaço”, diz Gil Azevedo quando questionado sobre que iniciativas estavam previstas para atrair mais empresas a se instalar no hub e na cidade.
“Ao ser um espaço que agrega a comunidade já de si tem esta grande atratividade a todas as entidades que acreditam nesta área.”
Novos hubs para 2024
O hub de gaming é o primeiro especializado a abrir na cidade sob a égide da Unicorn Factory Lisboa. Dentro desse eixo está já em curso o apoio ao desenvolvimento de comunidades nas áreas de AI, Web3 e XR, que podem evoluir para hubs, integrados em “distritos” de inovação na cidade. Gil Azevedo não adianta quais serão os próximos a abrir, nem confirma se um deles será o WellTech que, segundo a autarquia, deverá abrir no Técnico Innovation Center, no Arco do Cego, no primeiro semestre de 2024.
“O que posso dizer é que nestas áreas já está de facto um trabalho bastante avançado a nível de parcerias e de apoios das comunidades. O salto para os hubs – alguns destes vão com certeza darem o salto – será quando sentirmos que já existe aqui uma massa crítica que faz sentido criar um espaço físico. Certo é que em 2024 teremos mais dois a serem inaugurados.”
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