Ana Drago deixa assembleia de representantes da mutualista Montepio

Eleita há dois anos, Ana Drago vai abandonar a assembleia de representantes da mutualista. Sai por razões pessoais, mas deixa críticas ao funcionamento daquele órgão representativo dos associados.

A ex-dirigente política Ana Drago vai abandonar o cargo de representante da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) com fortes críticas ao papel que a assembleia de representantes tem no seio da maior mutualista do país, com mais de 600 mil associados, segundo confirmou a própria ao ECO.

Várias fontes adiantaram ao ECO que Ana Drago pediu escusa das funções devido à irrelevância que esta assembleia de 30 representantes tem tido nas decisões sobre do futuro da instituição. Este órgão foi eleito pela primeira vez nas últimas eleições de 2021 e veio substituir o conselho geral, no âmbito da revisão do Código das Associações Mutualistas (CAM) em 2018.

Ana Drago explica que por detrás da sua saída, que será votada na assembleia de representantes desta quinta-feira, estão razões de foro exclusivamente pessoal, mas não esconde o seu desapontamento com o funcionamento deste órgão.

Tenho muitas críticas ao conjunto de discussões que se fazem na assembleia de representantes, estão pouco centradas sobre o projeto mutualista, que devia ser o centro do debate. Tenho feito essas críticas na assembleia de representantes e mesmo no espaço público”, explicou em declarações ao ECO.

“Mas uma pessoa não deixa de estar num sítio por causa das críticas que possa ter. As razões da minha saída são estritamente pessoais”, acrescentou.

A assembleia de representantes tem o poder de aprovar ou chumbar planos de atividade, orçamentos e contas anuais, decidir a venda de participações de entidades do grupo e eleger a comissão de remunerações da administração, entre outras competências.

Metade dos 30 representantes foi eleita pela lista do atual presidente, Virgílio Lima, enquanto os restantes 15 foram eleitos por outras três listas concorrentes nas anteriores eleições, sendo que Ana Drago foi eleita pela lista C. A assembleia é liderada por Edmundo Martinho, ex-presidente da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

O ECO contactou a AMMG sobre a saída e críticas de Ana Drago, mas não quis fazer qualquer comentário.

A assembleia de representantes, agendada para esta quinta-feira, irá ainda deliberar sobre as contas provisórias relativas a 2023 da AMMG, que gere poupanças de cerca de 3,5 mil milhões de euros de 600 mil associados. A associação mutualista tem como principais ativos o Banco Montepio e as seguradoras da Lusitania, negócios que estão há alguns anos em processo de reestruturação com o objetivo de regressarem aos lucros e voltarem a remunerar as poupanças dos associados.

Em 2022, a instituição registou lucros de 91 milhões de euros. Como os bancos, a mutualista também sentiu a pressão dos Certificados de Aforro e do recurso às poupanças para pagar o crédito da casa na sua atividade ao longo deste ano.

Os últimos anos colocaram à prova a AMMG, que continua a contabilizar mais de 900 milhões de euros em ativos por impostos diferidos, que têm ajudado a manter a instituição com capitais próprios positivos.

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