Bolsa teve o terceiro melhor ano da década. Quem ganhou e perdeu no PSI em 2023?

Mota-Engil mais do que triplicou de valor em 2023 e Nos caiu mais de 10%. Bolsa portuguesa somou mais de 10% e acompanhou valorizações das maiores cotadas europeias.

Inflação a descer, juros a subir, economia a travar, duas guerras e um ano que promete não deixar boas lembranças, exceto para os investidores. De Lisboa a Frankfurt, os ganhos bolsistas foram expressivos em 2023. Com ganhos acima de 10%, o PSI teve o seu terceiro melhor ano desde 2014. Mas, como em todas as histórias, há vencidos e vencedores.

O PSI acumulou um ganho de 11,78%, fechando nos 6.396,48 pontos. É o terceiro ano em que fecha com “contas positivas”. E é o terceiro melhor ano da última década, apenas superado pelos desempenhos registados em 2021 (13,7%) e em 2017 (15,2%).

A bolsa de Lisboa conseguiu acompanhar o andamento do índice de referência europeu, o Stoxx 600: as 600 principais empresas do Velho Continente (que viu o contingente português ser reforçado com o BCP) tiveram um ganho de quase 13%. Tal como o PSI, também foi o terceiro melhor ano desde 2014 para o Stoxx 600.

Em relação a outros importantes índices europeus, o desempenho do PSI ficou aquém: por exemplo, o espanhol IBEX-35 e o alemão DAX verificaram ganhos de 20% e o francês CAC-40 somou quase 17% ao longo do ano. A diferença é que estas três praças vinham de perdas em 2022, que foram agora recuperadas.

Mota-Engil triplica de valor

Em Lisboa, a estrela do ano foi a Mota-Engil, com o título a ser impulsionado pelos bons resultados da construtora que deverá ter fechado o ano com uma faturação acima dos cinco mil milhões de euros. As ações dispararam 238,5%. É o mesmo que dizer que mais do que triplicaram nos últimos 12 meses. Cada título vale agora 3,96 euros, quando há um ano valia 1,17 euros.

O BCP, que chegou a duplicar de valor à boleia das taxas de juro, acabou por acumular um ganho de 87,43%, tendo claudicado já na parte final do ano perante a perspetiva de que os bancos centrais vão começar a baixar as taxas no próximo ano – o que significará menos lucros para os bancos. O banco liderado por Miguel Maya vale agora 4,14 mil milhões de euros na bolsa.

Das 16 cotadas do PSI, 11 tiveram registos positivos em 2023, destacando-se ainda a Ibersol (+21,0%), a Jerónimo Martins (+14,2%) e os CTT (13,3%), também com ganhos acima dos 10%.

Algumas escaparam às perdas já na reta final do ano, como a Greenvolt, cuja valorização anual de 4,9% só se tornou possível graças ao anúncio de uma oferta pública de aquisição (OPA) do fundo KKR já na segunda metade do mês de dezembro. Os americanos oferecem 8,30 euros por cada ação da Greenvolt.

Nos é a ovelha negra

Por seu lado, a Nos teve o pior desempenho anual em Lisboa, com as ações da operadora a acumularem uma perda de 12,4%. Isto num final de ano bastante agitado para o setor das telecomunicações e cujos desenvolvimentos irão prosseguir em 2024, designadamente com a venda da Altice Portugal (dona da Meo) pelo francês Patrick Drahi e a luta de poder entre o Governo espanhol e os sauditas na espanhola Telefónica.

O setor da energia também saiu a perder. A EDP Renováveis caiu quase 9% e arrastou a casa-mãe EDP para perdas acumuladas de 2%. A REN, que gere a rede elétrica em Portugal, cedeu 7,7%.

A Sonae também fechou o ano abaixo do preço de 2022, caindo quase 3%.

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