Centeno diz que BCE “não tem de esperar até maio” para tomar decisões

  • ECO
  • 9 Janeiro 2024

Governador do Banco de Portugal acredita que uma descida das taxas de juro acontecerá "mais cedo" do que se pensava até há pouco tempo.

O governador do Banco de Portugal considera que o Banco Central Europeu (BCE) “não tem de esperar até maio para tomar decisões” em relação às taxas de juro e acredita que um alívio na política monetária ocorrerá “mais cedo” do que se pensava até há pouco tempo.

Em entrevista ao site Econostream(acesso livre, conteúdo em inglês), publicada esta terça-feira, Mário Centeno disse que não consegue responder à “grande questão” de quando é que o BCE vai baixar os juros, porque as decisões são tomadas reunião a reunião e com base na informação disponível. Ainda assim, frisou que “os desenvolvimentos mais recentes sobre a inflação e economia claramente trouxeram o momento de alívio [dos juros] para mais perto”.

Centeno explicou que o BCE se encontra à espera, “no próximo trimestre”, da confirmação de que a inflação está no caminho da convergência para 2% no médio prazo e, embora diga que seja apropriado manter as taxas neste momento, o banco central irá “decidir quando cortar as taxas mais cedo do que pensava até recentemente”.

Questionado sobre se terá de esperar pelos dados sobre a evolução dos salários, que serão divulgados em maio, o governador do Banco de Portugal e membro do conselho de governadores do BCE referiu que não será preciso esperar tanto tempo para se tomar decisões.

E argumentou: “Não vejo sinais de que os efeitos de segunda ordem nos salários se tenham materializado ou irão materializar ou de que os salários estejam a colocar pressão adicional sobre os preços”.

“Os salários reais na Zona Euro continuam abaixo do período anterior à escalada da inflação. Ao contrário dos EUA, onde já recuperaram, isso não aconteceu na Zona Euro. É natural que os salários recuperem, na verdade, até é desejável que os salários recuperem brevemente. A subida dos salários reais é um processo natural. Devemos ter em ente que nesta recuperação o que é verdadeiramente importante são os ganhos de produtividade”, acrescentou.

Para Centeno, a variável a ter em atenção para a inflação “não são os salários, mas antes os custos unitários do trabalho”.

Depois de deixar as taxas de juro inalteradas na reunião de dezembro, o conselho de governadores do BCE volta a reunir-se no próximo dia 25 de janeiro. A taxa de inflação na Zona Euro subiu para 2,9% em dezembro, abaixo do que era esperado pelos analistas.

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