Altice garante que não haverá despedimento coletivo na PT. Há “muitos rumores”
Michel Combes garantiu que não há qualquer plano de despedimento coletivo na PT Portugal. "Foram feitos ajustes em todas as operações", mas afasta a possibilidade de novas reduções.
O presidente executivo da Altice, Michel Combes, garantiu hoje que não há qualquer plano de despedimento coletivo na PT Portugal e afirmou que existem “muitos rumores” sobre a empresa.
“Não há planos de despedimento coletivo”, garantiu Michel Combes, em entrevista à Lusa, em Nova Iorque, referindo-se a informações divulgadas recentemente na imprensa portuguesa sobre um eventual despedimento coletivo de cerca de 3.000 trabalhadores ou sobre a alegada tentativa de afastar os cerca de 3.500 pré-reformados.
Michel Combes, que está em Nova Iorque para anunciar a adoção da marca global única Altice, admitiu que “foram feitos ajustes em todas as operações”, até porque a empresa quer “maior eficiência”, mas excluiu a possibilidade de despedimento coletivo.
“Sobre os pré-reformados, foi uma decisão que foi tomada antes de comprarmos a PT. Sobre o resto, o que posso dizer é que não há planos de despedimento coletivo. Não posso comentar algo que não é realidade”, reforçou.
Michel Combes afirmou-se “surpreendido” com a existência de “muitos rumores”: as divergências de administradores com a estratégia da empresa, a suposta venda do segmento empresarial da PT à Telefónica ou ainda a compra pela Altice dos 95% da participação da Visabeira na Fibroglobal (que recebeu fundos públicos para a criação de uma rede de fibra em zonas rurais).
Em 21 de abril, a Lusa noticiou que Guy Pacheco deixou o lugar de administrador financeiro (CFO) da PT Portugal, depois de também Luís Nascimento (pelouro comercial) ter saído da administração da operadora de telecomunicações do grupo Altice.
Segundo declarações anteriores à Lusa de uma fonte ligada ao processo, a razão da saída de Guy Pacheco deveu-se, essencialmente, a “divergências com o atual projeto empresarial definido para a empresa”.
Mas hoje Michel Combes dá a sua versão dos factos: “As duas pessoas que saíram, que respeito e que eram duas referências da administração e dois excelentes executivos da PT, fizeram-no por razões pessoais segundo sei. Não vou questionar essas razões, mas nunca os ouvi durante o tempo que estiveram na PT a questionar a estratégia e sempre se mostraram muito confortáveis com a estratégia do grupo”.
“Felizmente temos pessoas muito talentosas, que podemos promover. Mas, uma vez mais, sobre esta questão de terem saído em divergência com a estratégia, eles nunca o manifestaram enquanto estiveram na empresa e nunca os ouvi a dizer isso desde que saíram. Ouvi pessoas a dizer que se calhar saíram por talvez não estarem de acordo com a estratégia – rumores”, acrescentou.
De acordo com o presidente executivo da Altice, os exemplos sucedem-se e também passam pela Fibroglobal e a alegada venda do segmento empresarial à Telefónica.
“Vender à Telefónica é uma piada, não sei de onde vem. Vender o B2B (segmento empresarial)? Nós estamos a reforçar este segmento. Temos um excelente responsável pelo B2B em Portugal, estamos muitos contentes com este negócio e queremos crescer e desenvolvê-lo”, avançou.
E sobre a Fibroglobal acrescentou: “Eu saberia se tivesse sido eu a comprar. Eu sou presidente executivo da Altice, saberia sempre mesmo se fosse uma empresa da Altice a fazê-lo. A PT teve sempre 5% de participação nesta empresa. Os restantes 95% eram detidos por uma empresa que não faz parte da Altice, estes mudaram de donos e não foram adquiridos pela Altice”, frisou.
“Desconheço a origem de tanto rumor”, disse Michel Combes, admitindo que tem de ir mais vezes a Portugal e que a Altice não tem “estes rumores em mais lado nenhum”.
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