BEI investiu 88 mil milhões em 2023, mais de metade em financiamento ‘verde’

O investimento em financiamento 'verde' atingiu um recorde de 49 mil milhões, mais 29% face a 2022, sublinhou a instituição. Mais de 21 mil milhões foram investidos em segurança energética.

O Grupo Banco Europeu de Investimento (BEI) assinou novos contratos de financiamento de 88 mil milhões de euros para apoiar “projetos de elevado impacto em domínios prioritários das políticas da UE, nomeadamente a ação climática, as infraestruturas sustentáveis e os cuidados de saúde”, anunciou esta terça-feira a presidente da instituição, Nadia Calviño.

“O Grupo BEI está a implementar as prioridades da UE em toda a Europa: reforçar a competitividade europeia e a liderança da UE no domínio das tecnologias verdes e ajudar a garantir um futuro mais seguro para as pessoas na União e no resto do mundo”, afirmou Calviño, citada em comunicado.

“Não só alcançou como excedeu os seus objetivos em vários domínios prioritários da UE, o que se traduzirá em benefícios tangíveis para todos nós, desde água potável mais segura a melhores transportes públicos, de um melhor acesso a vacinas a uma maior cobertura da rede móvel 5G, da criação de emprego e do aumento da competitividade à segurança e eficiência energéticas”, acrescentou.

O BEI é a instituição de financiamento a longo prazo da União Europeia, cujo capital é detido pelos Estados-membros. Financia investimentos viáveis que contribuam para a concretização dos objetivos estratégicos da UE, nomeadamente uma transição global justa para a neutralidade climática. O português Ricardo Mourinho Félix, ex-secretário de Estado das Finanças, foi vice-presidente do BEI entre outubro de 2020 e dezembro de 2023.

Em 2023, o financiamento canalizado diretamente para a ação climática e a sustentabilidade ambiental totalizou 49 mil milhões em 2023, em comparação com 38 mil milhões em 2022, explicou o BEI, adiantando que desde 2021, o grupo mobilizou 349 mil milhões de euros em investimentos ecológicos e está no bom caminho para alcançar o objetivo de consagrar 1 bilião de euros ao financiamento verde até ao final da década.

Os investimentos do banco incluíram mais de 21 mil milhões no âmbito do plano REPowerEU, iniciativa que visa reduzir a dependência da Europa em relação aos combustíveis fósseis e acelerar a transição ecológica.

“Num ano caracterizado por uma crescente instabilidade em todo o mundo, a EIB Global, a direção do Grupo dedicada aos investimentos no exterior da UE, disponibilizou mais de 8,4 mil milhões euros para projetos, dos quais quase metade se destinaram aos países menos desenvolvidos e aos Estados frágeis do mundo”, sublinhou.

No total, o financiamento da EIB Global mobilizou 27 mil milhões de investimentos ao abrigo da estratégia Global Gateway da UE, antes do prazo previsto, devendo apoiar 100 mil milhões de investimentos do programa, até 2027. Além de ter concedido quase 2 mil milhões de assistência financeira à Ucrânia desde a invasão russa, o banco criou, em 2023, o Fundo EU4U, apoiado pelos Estados-Membros e pela Comissão Europeia, para reforçar a resiliência económica e a reconstrução da Ucrânia.

O Grupo BEI investiu 19,8 mil milhões de euros em inovação e 20 mil milhões em apoio às pequenas e médias empresas e às empresas de média capitalização, graças sobretudo ao Fundo Europeu de Investimento, a instituição do Grupo BEI especializada na concessão de financiamento de risco, que, no último ano, assinou cerca de 15 mil milhões de investimentos.

O financiamento concedido pelo grupo em 2023 deverá apoiar investimentos no valor de cerca de 320 mil milhões, beneficiando 400 mil empresas e apoiando 5,4 milhões de postos de trabalho, vincou. O BEI adiantou que publicará a 1 de fevereiro uma repartição por país dos seus resultados de 2023.

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