Ataques no Mar Vermelho podem agravar preços, avisa a Comissão Europeia

  • Lusa
  • 23 Janeiro 2024

“O tráfego marítimo diminuiu 22% num mês, mas não parou completamente”, afirmou o comissário Dombrovskis.

O tráfego no Mar Vermelho diminuiu 22% num mês devido aos ataques dos rebeldes Huthis, o que poderá ter um impacto nos preços a longo prazo, alertou esta terça-feira o comissário europeu do Comércio, Valdis Dombrovskis. “O tráfego marítimo diminuiu 22% num mês, mas não parou completamente”, afirmou Dombrovskis numa conferência de imprensa em Bruxelas após uma reunião informal dos ministros europeus responsáveis pelo comércio internacional.

Dombrovskis admitiu que a queda no tráfego marítimo seja ainda maior no futuro, devido à decisão de muitos armadores de optarem por outra rota marítima, contornando África através do Cabo da Boa Esperança. O Mar Vermelho, que dá acesso ao Canal do Suez, é essencial para o comércio internacional. “Entre 12 e 15% do tráfego mundial utiliza esta rota marítima, tal como 30% a 35% dos navios porta-contentores”, disse o comissário europeu, citado pela agência francesa AFP.

Cerca de 20.000 navios passam todos os anos pelo Canal do Suez, a porta de entrada e saída de navios que ligam a Ásia à Europa. Segundo Dombrovskis, os ataques dos rebeldes do Iémen ainda não tiveram impacto no preço das mercadorias, apesar de o custo do transporte ter aumentado. “O impacto económico mais amplo nos preços ao consumidor dependerá muito da duração desta crise”, alertou.

A Comissão Europeia deverá rever as previsões económicas em fevereiro e o impacto da situação no Mar Vermelho será tido em conta, disse Dombrovskis. Nas últimas semanas, os rebeldes iemenitas próximos do Irão intensificaram os ataques perto do estratégico Estreito de Bab al-Mandeb, que separa a Península Arábica de África.

Os ataques dos huthis estão relacionados com a guerra de Israel contra o Hamas, iniciada em 07 de outubro, após um ataque do grupo islamita palestiniano em solo israelita ter causado cerca de 1.200 mortos. A resposta israelita provocou mais de 25 mil mortos na Faixa de Gaza, segundo o Hamas.

Os ataques dos Huthis levaram os Estados Unidos a criar uma força multinacional de proteção marítima no Mar Vermelho, denominada “Prosperity Guardian”. Os europeus estão a ponderar a criação de uma missão de proteção dos navios mercantes no Mar Vermelho.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) debateram a questão numa reunião em Bruxelas, na segunda-feira, e poderá ser anunciada uma decisão antes da próxima reunião, em 19 de fevereiro. Vários países, incluindo Itália, França e Bélgica, manifestaram a intenção de participar.

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