Portuguesa Goparity prevê investimentos de 20 milhões este ano com nova licença da CMVM
A plataforma de investimentos sustentáveis está autorizada a atrair novos projetos e investidores de outros mercados, tendo particular interesse na vizinha Espanha.
Depois de ano e meio, a plataforma portuguesa dedicada ao financiamento colaborativo, também conhecido como crowdfunding, já recebeu autorização da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) para alargar a sua rede de investimentos. Na prática, a Goparity está agora autorizada a promover a sua plataforma noutros países, estando de olho em mercados dentro e fora da Europa. Com esta nova licença, a Goparity antecipa que o volume de investimentos realizados através da plataforma ascenda aos 20 milhões de euros, em 2024. E quanto a faturação, o valor deverá rondar os 1,2 milhões de euros.
“A nível de investimentos, o ano de 2023 ficou abaixo das expectativas porque cometemos o erro de acreditar que o atraso na implementação do regulamento não ia ser tão grande”, explica o CEO, Nuno Brito Jorge ao ECO/Capital Verde. “Perspetivamos um 2023 em que a Goparity já teria essa licença, mas não aconteceu. O resultado foi pior. Os 20 milhões que perspetivamos para esse ano já estavam previstos em 2023“, diz.
Nesse ano, foram captados 12,8 milhões de euros através da plataforma, mas ainda assim registaram-se recordes a nível do investimento: só em dezembro foram investidos 1,5 milhões de euros, “o melhor mês de sempre”, revela o CEO.
Até à passada sexta-feira, 26 de janeiro, a Goparity estava apenas autorizada a promover a sua plataforma em Portugal ainda que já tivesse registado mais de 360 projetos e investidores de 73 nacionalidades diferentes interessados na plataforma desde a sua fundação.
“Ao operar em Portugal podíamos ter investidores estrangeiros e receber projetos fora de Portugal, mas não podíamos fazer ofertas de investimento, online e offline, fora do país ou destinados a pessoas não residentes”, detalha o responsável. Mas agora com esta licença, a Goparity recebe um “passaporte” que lhe permite lançar campanhas de financiamento em qualquer Estado-membro da União Europeia, publicitando e captando investidores nesses mercados. O próximo passo será reforçar os escritórios em Barcelona — onde Nuno Brito reside — com novas contratações e atrair investidores e projetos do mercado espanhol. Mas não só.
Nuno Brito Jorge indica ao ECO/Capital Verde que existe um interesse em projetos no Canadá, Colômbia e México — isto depois de ter captado projetos da Republica Dominicana — e potenciais investidores também nos Países Baixos, Bélgica, Luxemburgo e Suécia. Quanto à natureza dos projetos, aqueles ligados às renováveis, sobretudo a energia solar, continuam a ser os de maior interesse por já terem uma “tecnologia robusta” e comprovada.
Lançada em 2017, a empresa portuguesa conta com um total de 33 milhões de euros de financiamento captado por cerca de 360 projetos. A nova licença, sublinha o empreendedor, “é fundamental para o crescimento internacional” da Goparity.
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