Efacec faz operações harmónio de 175,65 milhões para cobrir prejuízos
Operações de aumento e redução de capital para cobertura de prejuízos acumulados foram feitas em dezembro, nas três empresas operacionais do Grupo Efacec, para reforçar capacidade financeira.
A Efacec realizou três operações harmónio de 175,65 milhões de euros nas três empresas operacionais do grupo, para cobrir prejuízos.
“As operações de aumento e redução de capital para cobertura de prejuízos acumulados, realizadas em dezembro nas três empresas operacionais do Grupo Efacec (Efacec Energia, Efacec Engenharia e Efacec Electric Mobility) tiveram como objetivo reforçar os capitais próprios das respetivas empresas, com os fundos que entraram na holding do Grupo (Efacec Power Solutions, SGPS) após a conclusão do processo de privatização”, confirmou ao ECO fonte oficial da empresa.
O aumento de capital, seguido de redução, mais avultado foi de 132,39 milhões de euros na Efacec Energia, máquinas e equipamentos. Após a operação, a empresa de Leça do Balio ficou com um capital social de 16,8 milhões de euros.
Em segundo lugar surge a operação harmónio na Efacec Engenharia e Sistemas, que ascendeu a 33,27 milhões de euros. Após a redução, o capital social ficou em 11,25 milhões de euros.
Finalmente, a terceira empresa na qual foi necessário cobrir prejuízos foi a Efacec Electric Mobility, cujo capital foi aumentado em 9,98 milhões de euros e logo reduzido no mesmo montante, ficando no final em 1,2 milhões de euros.
Nas três operações a redução foi feita por diminuição do respetivo valor nominal das ações.
“Com estas operações, a Efacec cumpre um dos objetivos assumidos com a privatização, nomeadamente o reforço da capacidade financeira do grupo Efacec e das suas atividades, adequando o balanço das suas empresas às necessidades operacionais das mesmas, cumprindo igualmente os preceitos legais aplicáveis, nomeadamente o artigo 35º do Código das Sociedades Comerciais”, justificou ainda fonte oficial da empresa liderada por Ângelo Ramalho.
Recorde-se que, quando o Estado vendeu a Efacec ao fundo alemão Mutares, em outubro de 2023, também foi feita uma operação harmónio na qual foi feita uma redução total do capital de 309 milhões de euros para cobrir parcialmente os prejuízos. Num segundo momento, as prestações acessórias de capital – obrigações subscritas pelos acionistas – de 9,4 milhões de euros da Parpública e 2,1 milhões da MGI Capital, o outro acionista (um consórcio formado pelo Grupo José de Mello e a Têxtil Manuel Gonçalves – TMG), foram transformadas em capital e novamente reduzidas a zero, para cobertura de prejuízos. E, finalmente, num terceiro momento, foi feito um novo aumento de capital para os atuais 300 milhões de euros.
Na operação de venda, os bancos aceitaram perder 29 milhões de euros (de dívida não garantida), mas asseguram 94 milhões de euros de trade finance ao longo dos próximos cinco anos. A própria Mutares avançou também com 60 milhões de euros em garantias, essenciais para executar os contratos que vai ganhando e que têm ciclos de produção muito longos. Esta quarta-feira a Efacec anunciou a celebração de novos contratos nos Países Baixos e no Reino Unido sem, no entanto, revelar valores.
O reforço de posição no Reino Unido foi feito através da celebração de três call-off-contracts com a Scottish and Southern Electricity Networks (SSEN), no âmbito do contrato-programa em vigor entre as duas empresas. “Esta nova encomenda, que vai contribuir para o desenvolvimento da rede elétrica, inclui o fabrico, fornecimento e instalação de dois transformadores de potência 90MVA, 132/33kV para as subestações de Thatcham e Fareham da SSEN em Inglaterra, e de um transformador de potência 45MVA e 132/11kV para a subestação de Deanie na Escócia”, explica a Efacec em comunicado.
Nos Países Baixos foi celebrado um contrato com a Porthos, que está a desenvolver uma infraestrutura no Porto de Roterdão, na qual o dióxido de carbono proveniente de vários clientes será transportado e armazenado em jazidas de gás natural vazias no fundo do mar do Norte. À Efacec cabe o “fabrico, fornecimento e instalação de dois transformadores de potência 57 MVA e dois transformadores Zig-Zag de ligação à terra”, acrescenta a mesma nota.
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