Litehaus desafia municípios com casas acessíveis impressas em 3D

A Litehaus, empresa que vai avançar com a construção de casas em impressão 3D em Portugal, diz-se aberta a contribuir para as metas dos municípios no que toca a habitação acessível.

A Litehaus prepara-se para erguer em Torres Vedras casas feitas com recurso a impressão 3D e tecnologia modular, mas já está a pensar no próximo passo. Além de considerar outras localizações a cerca de meia hora de Lisboa para construir, diz-se aberta a juntar-se a municípios para erguer habitação acessível.

Estamos abertos a conversar com os municípios que têm metas para construir determinada área de habitação acessível. Ficaríamos muito satisfeitos de iniciar essas conversações de forma a que possamos trabalhar com eles para atingir estas metas”, indica Simi Launay, gestora da Litehaus, que tem o cargo de responsável criativa (CCO).

A Litehaus tem projetada a construção de 13 casas em Torres Vedras, das primeiras no país que vão ser construídas com base em impressão a três dimensões (3D) e também com recurso a construção modular. Em declarações ao ECO/Capital Verde, Launay indica que dentro de um mês espera iniciar a fase de construção e que este verão já conta ter famílias a morar nestas habitações.

Os preços de venda ao público vão situar-se entre os 400.000 e os 500.000 euros. Mas o arquiteto Luís Matos, que trabalha com a Litehaus, indica que será possível construir uma casa com apenas um piso e cerca de 100 metros quadrados com um preço final de cerca de 150.000 euros. Depende do projeto. “É possível ter habitações acessíveis que tenham um aspeto premium. Uma propriedade mais pequena não significa que não pode ser bonita”, comenta a responsável.

O interesse que tem chegado desde que anunciaram publicamente o projeto dá confiança à Litehaus para pensar na próxima fase. Embora a parceria com os municípios seja um caminho em aberto, para já, é certo que estão a procurar novas localizações para lançar projetos semelhantes ao de Torres Vedras. A Litehaus quer construir mais em localizações a cerca de 30 a 40 minutos de Lisboa. Sesimbra e Palmela estão na lista de hipóteses, numa altura em que o objetivo a que a empresa se propõe é construir 100 casas por ano em Portugal.

A Litehaus está a estrear-se no mercado das casas 3D e modulares em Portugal porque é este o país que a equipa de gestão escolheu para viver, e onde investe no mercado imobiliário tradicional desde 2017. No entanto, a CCO afirma que também vê como possível construir, no âmbito da Litehaus, em França e Espanha.

Mais rápido e verde

A grande vantagem em termos de sustentabilidade das casas impressas em 3D e modulares está no tempo reduzido de construção, que evita grande parte dos consumos associados a toda a logística de abastecimento de materiais e de deslocação dos trabalhadores. “É possível construir 45 metros de parede em 20 horas”, indica a CCO.

Para já, a Litehaus imprime as estruturas das casas que constrói em 3D numa fábrica em Valência e a estrutura modular vem de uma fábrica no norte de Portugal. Mas o objetivo é, até ao final deste ano, adquirir uma impressora própria que possa operar mais perto do local de construção, indica a empresa.

A produção de edifícios modulares e casas impressas em 3D consome menos 67% de energia no seu fabrico, estima a Litehaus.

Os materiais, contudo, são semelhantes aos de uma casa tradicional – as paredes são feitas de cimento. No caso das casas que irão erguer em Torres Vedras, a empresa optou por um cimento com uma pegada carbónica menor que o cimento tradicional, vindo de França. A integridade estrutural da casa é então equivalente a uma casa comum, que durará “com certeza” duas gerações, afirma Simi Launay. O isolamento térmico será superior à média em Portugal, através do uso de capoto.

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