Grandes empresas disponibilizam 40 espaços no estrangeiro para “quebrar o gelo” na internacionalização das PME
Iniciativa da Associação BRP em colaboração com AICEP e LACS disponibiliza mais de 40 espaços de trabalho em 14 países, para ajudar as PME a entrarem em novos mercados.
Entrar num novo mercado coloca vários desafios às empresas, desde as questões legais e regulatórias, à cultura e identificação de parceiros de negócio. Barreiras que a Associação Business Roundtable Portugal (BRP) quer ajudar a ultrapassar com a disponibilização de mais de 40 espaços de trabalho em 14 países nas empresas suas associadas.
Filipe de Botton, responsável dentro da BRP pela iniciativa, refere que o objetivo é “ajudar empresas a quebrar o medo e a inércia de sair de Portugal”. “Vamos recebê-las em nossa casa, inseridas numa organização que já funciona” para “quebrar o gelo de quem quer ir para fora”, explica o chairman da Logoplaste na conferência de imprensa que se realizou esta segunda-feira, em Lisboa, no LACS Conde de Óbidos.
As candidaturas podem ser apresentadas em www.globalizar.pt. Numa primeira fase, os espaços são disponibilizados pela Corticeira Amorim, BA Glass, Bial, Delta, Logoplaste, Nors, Sogrape, Sovena e Sugal Group. Filipe de Botton espera, no aumento, que este número venha a aumentar, referindo que está aberto também a empresas que não façam parte do universo da BRP.
O programa disponibiliza as instalações dos associados, com até dois postos de trabalho por empresa candidata, e acesso às equipas locais para aconselhamento. As PME selecionadas pagarão apenas um fee de gestão de candidatura de 750 euros (acrescido de IVA), podendo permanecer entre um e seis meses. A gestão dos espaços caberá à LACS, uma empresa de cowork portuguesa, com quem a BRP assinou esta segunda-feira um protocolo.
A nossa aprendizagem já está realizada. Podemos ajudar as PME a não fazerem muitos dos erros que fizemos há 10, 20, 30 anos.
O programa Globalizar visa pôr as empresas do BRP “a oferecer a informação que já têm e os seus escritórios para ajudar a descomplexificar e integrar a entrada em novos mercados”, afirmou António Rios Amorim, vice-presidente da associação que junta 42 das maiores empresas portuguesas. “A nossa aprendizagem já está realizada. Podemos ajudar as PME a não fazerem muitos dos erros que fizemos há dez, 20, 30 anos”, acrescentou.
O programa tem como parceiro a AICEP, que para o chairman da Logoplaste “tem feito um trabalho extraordinário” no apoio à internacionalização das empresas. Filipe Santos Costa, presidente da AICEP, destacou que o programa se “encaixa no apoio à internacionalização” desenvolvido pela agência, que tem delegações em 50 países. “Esta iniciativa vai abrir as portas das grandes empresas às que querem experimentar a internacionalização”, elogia o responsável, salientando “o efeito de arrastamento” que as maiores empresas podem ter nas PME.
A AICEP vai fazer a divulgação do Globalizar pelas empresas. “As que estavam a pensar abordar estes mercados, agora vão avançar”, acredita Filipe Santos Costa. São, por ora, 14 os países disponíveis: Alemanha, Angola, Brasil, Bulgária, Canadá, Chile, Espanha, EUA, França, Itália, Luxemburgo, Reino Unido, Roménia ou Suíça.
O Globalizar da associação BRP inclui ainda um reforço do programa de estágios INOV Contacto, através das empresas associadas, tendo sido colocados 12 recém-licenciados. Em fase de lançamento está o Contacto Reverse, que visa dar estágios a estrangeiros a estudar em Portugal, de modo a fixá-los no país. Foram ainda realizadas quatro sessões das “Conversas com CEO”, para partilha de experiências de internacionalização, nas quais já participaram mais de 30 PME e que terão continuidade nos próximos meses.
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