Grandes empresas esperam exportar mais em 2024
Incerteza quanto à evolução dos preços é apontada como um fator que influencia muito as previsões de exportação de bens para 2024, bem como novas linhas de produção, novos produtos e mercados.
As grandes empresas exportadoras antecipam um aumento das vendas ao exterior este ano. A expectativa é de um acréscimo nominal de 2,9% nas suas exportações de bens, impulsionado, sobretudo, pela venda de máquinas. Um otimismo que poderá, no entanto, ser temperado pelo “elevado grau de incerteza quanto aos desenvolvimentos do enquadramento internacional”.
“As empresas exportadoras perspetivam um aumento nominal de 2,9% das suas exportações de bens em 2024, contrariando a trajetória de decréscimo observada nos dados do Comércio Internacional de Bens no período acumulado de janeiro a novembro de 2023, em que as exportações recuaram 1,1%”, avança o Instituto Nacional de Estatística (INE).
No inquérito às perspetivas de exportação de bens (IPEB) para 2024, realizado em novembro de 2023, as empresas antecipam que os maiores acréscimos (+4,5%) são esperados nas exportações de máquinas, outros bens de capital, dos quais se exclui o material de transporte, e seus acessórios. Já ao nível do material de transporte e acessórios, a progressão esperada é de 4,3%. Em sentido contrário estão os “fornecimentos industriais não especificados noutra categoria, a única categoria em que se prevê um decréscimo, de cerca de 0,7%”, detalha o INE.
O INE explica ainda que, como o inquérito foi realizado em novembro do ano passado, e se baseia em perspetivas de crescimento, os resultados “devem ser encarados como indicando tendências condicionadas pela informação disponibilizada pelas empresas no período de resposta”. Ou seja, “as perspetivas das empresas quanto às suas exportações de bens para 2024 poderão também refletir, em elevado grau, a incerteza quanto aos desenvolvimentos do enquadramento internacional“.
À semelhança de aos anteriores, a incerteza quanto à evolução dos preços volta a ser apontada pelas empresas como um fator que influencia de forma significativa as suas previsões de exportação de bens para 2024, bem como novas linhas de produção ou novos produtos e mercados.
Empresas maiores e mais inovadoras estão mais otimistas
As expectativas de progressão das vendas de bens ao exterior este ano são diferentes entre os vários setores, sendo que o crescimento pode resultar, para uns, de aumentos dos preços ou da implementação de novas linhas de produção.
Mas também há empresas que perspetivam uma “redução da atividade exportadora decorrentes da antecipação da contração da procura, de paragens programadas ou descontinuidade de linhas de produção, em resposta às condições de mercado, às disrupções nas cadeias de valor global e aos aumentos nos custos dos fatores de produção”. Neste caso, segundo o INE, são apenas as micro empresas (com menos de dez pessoas ao serviço, que representam apenas 5% das empresas analisadas) que preveem uma diminuição das suas exportações de bens em 2024 (-3,8%), contrariando a expectativa da globalidade das empresas que responderam (+2,9%).
As grandes empresas (com 250 ou mais pessoas ao serviço, que representam 15% das empresas em análise) esperam aumentos de 4,7%, as médias empresas de 3,2% (sendo que estas constituem 52% das empresas em análise) e até as pequenas empresas (que pesam 28% na amostra) antecipam um crescimento de 0,9%. Da mesma forma, as empresas que integram grupos económicos, que representam cerca de metade das empresas inquiridas, são mais otimistas, já que preveem um acréscimo de 4,2% das suas exportações em 2024, enquanto as que não pertencem a um grupo económico esperam uma ligeira diminuição (-0,7%).
“No que respeita às empresas por tipo de tecnologia, as classificadas em setores de baixa e média baixa tecnologia antecipam um crescimento mais significativo (+4,6%) do que as de alta e média alta tecnologia (+2,8%)”, precisa o INE.
Ainda assim, as empresas inovadoras são as mais confiantes. As que “indicaram ter desenvolvido atividades de inovação no âmbito do CIS3 – Inquérito Comunitário à Inovação 2020, perspetivam aumentos mais significativos das suas exportações de bens em 2024 (+5,7%), enquanto as empresas consideradas como não inovadoras esperam um acréscimo de 1,2%”, escreve o INE, ressalvando que as atividades de inovação incluem inovação de produto e/ou de processo e, portanto, com impacto que pode ser significativo na diferenciação das empresas nos mercados internacionais.
(Notícia atualizada com mais informação)
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