Marcha de protesto dos táxis já começou, mas há atraso nos taxistas do norte
Poucos minutos antes das 9h00, centenas de taxistas começaram a marcha lenta de protesto contra o Governo em direção à Assembleia da República. Taxistas do norte foram desviados.
Centenas de taxistas iniciaram hoje, poucos minutos antes das 9h00, do Parque das Nações, em Lisboa, uma marcha lenta em direção à Assembleia da República. Mas nem todos estão a conseguir chegar ao ponto de encontro já que as autoridades estão a desviar os taxistas que vêm do norte do país.
No entanto, minutos antes soube-se que as autoridades policiais estão a desviar os taxistas que chegam do norte do país para o IC2, o que está a provocar atrasos na entrada dos motoristas em Lisboa. A informação foi avançada à Lusa pelo responsável pelo grupo de trabalho da Federação Portuguesa de Táxis. Eduardo Cacais diz que fez um apelo para que os manifestantes não respondam a qualquer “ato de violência” durante a marcha.
Da mesma forma, Florêncio Almeida, da ANTRAL (Associação Nacional dos Transportadores em Automóveis Ligeiros), presente no ponto de encontro do protesto, frisou que os taxistas “não vão responder a violências” ou a eventuais “provocações” que, no entanto, não especificou. Florêncio Almeida acrescentou que a manifestação tem como objetivo a “defesa do setor do táxi” e que as regras devem ser “iguais” para todos.
Dezenas de taxistas estão concentrados desde as 07h00 no Campus da Justiça, no Parque das Nações, em Lisboa, em protesto contra o transporte de passageiros por condutores ligados a empresas de serviço de transporte privado. À volta está um forte dispositivo policial.
A organização anunciou que a marcha lenta seria feita nas viaturas de serviço, mas a PSP indicou que os carros terão de ser estacionados na Avenida 24 de Julho, uma vez que em frente ao parlamento haverá, a partir das 10:00, outra manifestação, de um sindicato.
Intervenção do Presidente
O líder da Federação Portuguesa do Táxi pediu esta segunda-feira a intervenção do Presidente da República no diferendo entre a Uber e a Cabify e os profissionais do setor, acusando o Governo de incapacidade de resolver o problema.
“Seria bom que o Presidente da República dissesse umas palavrinhas no dia deste protesto”, disse Carlos Ramos, apelando ao chefe de Estado para “não promulgar a lei”.
Esperamos uma grande adesão porque nós temos razão. Não vamos ser mais taxistas (a manifestarem-se) porque, nos últimos dias, houve uma grande campanha de desinformação para nos assustar
“O que nos queremos é dialogar com o Governo. Não queremos imposições porque esta lei não serve. Serve para a Uber e o Costa (primeiro-ministro António Costa) tem de arranjar uma solução, temos de parar os ilegais”, disse ainda Carlos Ramos, criticando o Governo pela “falta” de soluções para o problema do setor.
Espanhóis solidários
Presente no local de concentração encontram-se também representantes da Federação de Táxis de Espanha que pretendem demonstrar solidariedade para com os profissionais portugueses. Angél Leal, da estrutura espanhola, disse à Lusa que não “entende como o Governo português quer legalizar a Uber” e que alguns taxistas de Madrid estão em Lisboa para apoiar a manifestação.
Os taxistas portugueses agendaram para hoje uma marcha lenta em Lisboa, quase seis meses depois de terem feito um protesto idêntico contra a plataforma Uber que juntou centenas de carros na capital.
Em luta contra a regulação da atividade das plataformas de transportes de passageiros como a Uber ou a Cabify, os organizadores prometem apenas abandonar a Assembleia da República – onde termina a marcha lenta – quando o executivo travar aqueles serviços, que dizem não estar abrangidos pela lei.
Costa não quer limitar número de licenças
O primeiro-ministro defendeu hoje, na China, que o Governo está a regular a atividade de transportes de passageiros para evitar a concorrência desleal aos taxistas, mas afastou a hipótese de limitar o número de licenças de outros operadores.
“Convém que não se ponha o mundo ao contrário, porque o Governo está a regulamentar uma atividade de quem faz transporte de passageiros a coberto da plataforma Uber sem cumprir as regras que hoje existem. O que estamos a fazer é a regular esse mercado”, declarou António Costa aos jornalistas a meio do seu terceiro dia de visita oficial à China.
Editado por Paulo Moutinho
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