Montenegro promete avançar com novo aeroporto mesmo sem consenso com PS. “A ANA está em falta com o país”, diz
Líder da AD garante aos empresários do turismo que o novo aeroporto é uma das prioridades caso forme Governo e avisa a ANA que vai exigir as obras na Portela.
O líder da Aliança Democrática, Luís Montenegro, deixou a garantia que caso ganhe as eleições vai decidir rapidamente a localização do novo aeroporto, mesmo sem consenso com o PS, seguindo as recomendações do relatório final da Comissão Técnica Independente (CTI), que será conhecido em março. Na versão preliminar, Alcochete é apontada como a opção mais vantajosa.
O compromisso foi assumido perante os empresários do turismo durante um almoço debate com a Confederação do Turismo de Portugal, onde Luís Montenegro deixou também avisos vincados à empresa concessionária dos dez aeroportos nacionais, a ANA, sobre a falta de obras no Humberto Delgado.
“O anterior Governo foi complacente com a ANA e com as responsabilidades da concessionária sobre as obras. Não tiveram a coragem de enfrentar uma concessionária que tem a obrigação de fazer as obras. Vamos ser exigentes com a concessionária para que as obras sejam feitas e para, pelo menos, amenizar um mau cartão de visitas para quem chega ao aeroporto”, sublinha o presidente do PSD e líder da AD.
E mesmo para os críticos que associam o presidente da ANA, José Luís Arnault, ao PSD, o candidato a primeiro-ministro sublinha: “A mim não me interessa nada, nem fala comigo”, adiantando que “a ANA está em falta com o país”.
Ainda sobre a nova localização, Montenegro vê com bons olhos a solução de Alcochete mas lembra que em 2015, quando o PSD saiu do Governo, o partido deixou uma solução que passava pelo recurso ao Humberto Delgado com o Montijo como complementar, “que não chegou a bom porto”, porque dentro da coligação que o PS tinha com o BE e o PCP, os socialistas não conseguiram “ultrapassar a questão legal do parecer vinculativo das autarquias”.
O líder da AD lembra mesmo que, ao contrário do que diz o PS, “houve uma adjudicação” sem que tenha sido assinado o contrato, mas que há o risco de “o Estado ter de pagar uma indemnização ao consórcio adjudicado”.
Sobre a TAP, Luís Montenegro – que estava acompanhado de Miguel Pinto Luz, ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, de Joaquim Miranda Sarmento, líder da bancada parlamentar e por Telmo Correia, dirigente do CDS – repete à plateia de empresários do Turismo que a nacionalização da companhia foi “uma tragédia e um crime económico” e que é favorável “à privatização da TAP a 100%, mas com um caderno de encargos que salvaguarde um hub em Lisboa e que integre cláusulas que assegurem posições estratégicas para o interesse do país”.
Em resposta a cinco preocupações do setor dirigidas por Francisco Calheiros, presidente da CTP, o líder da Aliança Democrática prometeu ainda que, se for primeiro-ministro, irá revisitar o atual acordo de rendimentos para o Turismo, considerando que este foi assinado “num contexto de alguma coação sobre os parceiros sociais”, poucos dias antes da apresentação do Orçamento do Estado para 2023: “Ou assinam as coisas, ou terão dificuldades acrescidas”, sugeriu.
Montenegro disse ter avisado, na altura, que os incumprimentos por parte do Governo – de que se queixou o líder da CTP, Francisco Calheiros – não foram, por isso, uma surpresa.
“O meu compromisso é revisitar esse acordo e atualizá-lo”, afirmou, admitindo que a questão do banco de horas individual poderá voltar à discussão. Numa intervenção de 40 minutos, o presidente do PSD fez ainda saber que vai revogar as medidas de limitação ao Alojamento Local introduzidas por este Governo, de forma a que “sejam as câmaras, conhecedoras da realidade local, que tenham a palavra a dizer sobre a estratégia” de Alojamento Local.
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