Infraestruturas de Portugal admite dificuldade em concluir em 2025 linha do hospital do Metro Mondego
A linha, que irá ligar a zona ribeirinha até ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e Pediátrico, “é o troço mais complicado” de executar, explica o responsável da IP.
O gestor do empreendimento do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) admitiu esta quarta-feira que será muito difícil concluir a linha do hospital, que vai atravessar o centro de Coimbra, até ao final de 2025.
“Vai ser muito difícil nós conseguirmos acabar a linha do hospital em 2025, mas estamos a fazer os possíveis e impossíveis para que isso aconteça”, afirmou o gestor do empreendimento do SMM e engenheiro da Infraestruturas de Portugal (IP), Duarte Miguel, que falava numa sessão de esclarecimento em Coimbra sobre o sistema de ‘metrobus’ (autocarros elétricos a circular em via dedicada), promovida pelo Automóvel Club de Portugal.
O responsável aclarou que aquela linha do SMM, que irá ligar a zona ribeirinha até ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e Pediátrico, “é o troço mais complicado” de executar, classificando a intervenção que terá de ser feita especificamente em Celas como o “nó górdio” de toda a empreitada.
A empreitada que está mais avançada é o troço suburbano da rede, que liga os concelhos de Miranda do Corvo e da Lousã a Coimbra, através do antigo ramal ferroviário, notou Duarte Miguel, referindo que a parte de construção civil associada àquele troço estará concluída no espaço de três meses (em maio de 2023 apontava a conclusão para dezembro desse ano).
Posteriormente, será feita “a colocação de sistemas, para a automatização do canal”, mantendo a previsão de esse troço que termina no Alto de São João (Coimbra), juntamente com a empreitada que o liga à Portagem (zona da Estação Nova), estará concluído no final de 2024, referiu.
Já a empreitada que liga a Portagem até Coimbra-B está ligeiramente atrasada, mantendo a previsão de a acabar no final de 2025, data avançada para que toda a operação do SMM esteja a funcionar, referiu. “A empreitada implica retirar os comboios entre a cidade e Coimbra-B. Isso vai acontecer em agosto deste ano”, disse.
Segundo Duarte Miguel, a mudança não acontece mais cedo porque a IP teve de criar condições físicas de estacionamento de comboios que normalmente ficavam em Coimbra-A (também conhecida como Estação Nova) e que passarão a ter o seu término em Coimbra-B. “Quando isso estiver criado [linhas de estacionamento], estamos em condições” de retirar a ferrovia entre as duas estações, referiu, salientando que o investimento nessa empreitada, apesar de ser um troço mais curto, é mais avultado face à necessidade de criar esse estacionamento ferroviário, mas também à interface rodoviária de ligação a Coimbra-B.
O responsável da IP explanou também que a intervenção inicial prevista para Coimbra-B “era muito maior” do que aquela que está a ser feita, por a transformação da estação ferroviária passar a estar incluída na empreitada da linha de alta velocidade, que prevê “uma grande estação completamente nova”. O presidente da Metro Mondego (MM), João Marrana, também presente na sessão, afirmou à agência Lusa que, apesar das dificuldades admitidas pela IP quanto à conclusão da linha do hospital, isso não implica, por agora, qualquer alteração no calendário.
O responsável explicou também que caso haja atrasos na empreitada de Coimbra-B ou na empreitada da linha do hospital, o sistema está desenhado para poder arrancar no troço que estiver concluído, não estando dependente do outro. O SMM terá 42 quilómetros de rede, 42 estações (25 das quais na zona urbana), e uma previsão de poder servir 13 milhões de passageiros por ano.
Com um custo total de 200 milhões de euros (onde está incluído as últimas revisões de preços e a inclusão do IVA), o sistema irá assegurar uma circulação de cinco em cinco minutos no centro de Coimbra, durante as horas de ponta, realçou João Marrana, salientando que se prevê que a quota de utilização de transporte público em Coimbra passe de 17% para 35%.
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