Portugal tem maior fosso da Europa nas competências digitais
Nível de educação tem uma influência considerável nas competências digitais dos indivíduos em todos os países da Europa, mas é em Portugal que se encontra o maior fosso.
Mais de metade dos portugueses tem competências digitais básicas, mas há uma grande diferença entre aqueles que têm o ensino superior e aqueles que não têm educação formal ou têm níveis muito baixos de educação. De acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Eurostat, Portugal é mesmo o país da União Europeia onde esse fosso é maior, seguindo-se a Grécia e Malta.
No que diz respeito ao conjunto do bloco comunitário, o gabinete de estatísticas dá conta que 55% dos indivíduos com 16 a 74 anos tinham, pelo menos, competências digitais básicas em 2023.
Mas havia disparidades significativas entre os Estados-membros. Se na Holanda essa taxa estava em 83%, na Polónia estava em 28%.
Já em Portugal, 55,97% dos indivíduos tinham competências digitais básicas, acima da referida média comunitária. Portugal ocupava o 17.º lugar da tabela comunitária.
Mas nem todos os portugueses saiam bem nessa fotografia europeia. Entre os portugueses com ensino superior, 88,72% tinham as competências em questão, ocupando o sexto lugar do ranking europeu.
Já entre os portugueses com baixos níveis de educação ou sem educação formal, só 23,16% tinham competências digitais básicas no último ano, o que coloca Portugal mais próximo da base da tabela europeia.
Contas feitas, entre esses dois extremos, há uma diferença de 66 pontos percentuais. Esse é o maior fosso registado na Europa, nota o Eurostat.
Regra geral, os níveis de educação influenciam as competências digitais dos indivíduos, mas nos demais países europeus a diferença é bem menor do que a contabilizada a nível nacional. O fosso médio na União Europeia é de 46 pontos percentuais, bem menos expressivo que os 66 pontos percentuais registados em Portugal.
Já as diferenças menos significativas foram verificadas na Estónia (12 pontos percentuais), Finlândia (14 pontos percentuais) e Lituânia (22 pontos percentuais).
Importa notar que o Governo de António Costa lançou recentemente uma medida para reforçar as competências digitais dos portugueses, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Em causa está o cheque de formação digital, que oferece até 750 euros a quem fizer formação, por exemplo, em cibersegurança ou marketing digital.
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