Rendas em Portugal contrariam tendência de abrandamento mundial
Rendas da habitação de luxo subiram, em média, 5,2% em dez cidades mundiais, sendo o aumento mais baixo desde o 3.º trimestre de 2021. No Porto subiram 15,9%, em Cascais 12,5% e em Lisboa 12,3%.
Em dezembro de 2023, as rendas da habitação de luxo subiram, em média, 5,2% em dez das principais cidades de diversas zonas do mundo. Mas este aumento traduz um abrandamento face ao crescimento médio de 8,1% registado no terceiro trimestre do ano passado. E é, também, o nível mais baixo desde o terceiro trimestre de 2021, de acordo com o relatório mais recente Prime Global Rental Index realizado pelas promotoras Knight Frank/Quintela e Penalva.
O estudo salienta ainda que as rendas no Porto, Lisboa e Cascais continuam a subir, contrariando a tendência de abrandamento registada nas dez cidades estrangeiras analisadas – Sydney, Auckland, Londres, Singapura, Genebra, Toronto, Mónaco, Tóquio, Hong Kong e Nova Iorque.
Nos últimos 12 meses (entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023), “o maior crescimento registado foi no Porto (15,9%), seguido de Cascais (12,5%) e de Lisboa (12,3%)”, refere o estudo. E se “na capital os preços das rendas aumentaram sobretudo nos apartamentos, em Cascais foram as moradias que mais valorizaram, com um aumento de 19%”. Números que têm como base os valores do Sistema de Informação Residencial (SIR), que faz uma análise de todo o mercado de arrendamento em Portugal (média das ofertas) sem foco específico no mercado de arrendamento de luxo, como acontece na análise às dez cidades estrangeiras.
Segundo os dados divulgados pelas consultoras, a renda média no Porto, incluindo apartamentos e moradias, subiu de 1.229 euros para 1.490 euros mensais, em Lisboa passou de 1.628 euros para 1.934 euros e em Cascais cresceram de 1.858 euros para 2.252 euros.
O interesse global pelo Porto “tem continuado a aumentar”, não só pela “qualidade de vida oferecida, mas também pelos investidores, atraídos pelos preços atrativos dos novos projetos que geram elevados rendimentos de arrendamento”, refere Alex Koch de Gooreynd, responsável pelos mercados suíço, austríaco e português na Knight Frank.
Francisco Quintela, sócio fundador da Quintela e Penalva, “o aumento registado reflete a tendência global da falta de oferta face à procura, por um lado, mas também o crescente interesse dos investidores de buy-to-rent em projetos que estão a ser lançados no mercado”.
Rendas de luxo em Nova Iorque caem 0,3%
Tendo em conta a realidade estrangeira o relatório da Knight Frank aponta que “à semelhança do que acontece na maioria dos mercados de arrendamento residencial, o segmento de luxo não está imune ao desfasamento crónico entre a oferta e a procura que se tem vindo a observar desde há mais de três anos”.
No entanto, embora a procura se mantenha forte, “a capacidade de os inquilinos continuarem a acompanhar o aumento das rendas está condicionado por uma questão de acessibilidade financeira”. O que acaba por se refletir no ritmo de crescimento das rendas.
A análise do Prime Global Rental Index, que não revela os valores absolutos das rendas cobradas em cada uma das dez cidades, indica que Nova Iorque, “onde as rendas de luxo caíram todos os meses nos últimos trimestres”, ocupa o último lugar no top 10, com uma queda de 0,3% anual no valor das rendas de luxo e um decréscimo de 2,5% no crescimento em cadeia. Ainda assim, lê-se no relatório, “existem indícios, ainda que fracos, de que a disponibilidade financeira dos arrendatários esteja a melhorar”.
Na capital britânica, que ocupa o terceiro lugar do pódio deste ranking, foi registado um aumento anual de 7,9% nas rendas de luxo, sendo, ainda assim, “o valor mais baixo em dois anos, indicando uma tendência de arrefecimento à medida que a procura e a oferta se reequilibram”.
Em Sydney, a cidade com as rendas mais elevadas entre este leque, apesar de o mercado de arrendamento ter “suavizado ligeiramente”, a subida anual é de 18,1% e a trimestral atinge os 4%.
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