Air France – KLM mantém interesse na TAP enquanto aguarda por novo Governo

O grupo franco-neerlandês continua atento à privatização da TAP, estando a aguardar pela formação de um novo Executivo.

O grupo Air France – KLM continua atento ao processo de privatização da TAP, aguardando pela decisão do novo Governo, afirmou esta quinta-feira o CEO, Benjamin Smith, durante a conferência de apresentação dos resultados do terceiro e quarto trimestre.

Vai haver “um novo Governo em Portugal. Esse projeto está definitivamente em pausa. Estamos a observar e a acompanhar de perto, mas nada a relatar sobre isso agora”, afirmou o CEO sobre o interesse da Air France – KLM na privatização da TAP. “Não temos visibilidade sobre o timing daqui em diante. Vamos ver o que acontece com o novo Governo”, acrescentou.

“A posição geográfica de Portugal, as rotas da TAP para o Brasil, combinado com o facto de o IAG já ter uma posição grande em Espanha com ligações à América Latina torna o negócio muito atrativo”, considerou Benjamin Smith, comentando o interesse da companhia aérea rival. “É atrativo para nós”, garantiu, mas “se os termos e condições não forem favoráveis não iremos” participar, aduziu.

O Governo aprovou em setembro a venda da maioria do capital da TAP, mas o decreto-lei foi vetado pelo Presidente da República. Com a queda do Executivo, o processo foi interrompido. A Aliança Democrática pretende avançar com venda de 100% do capital, enquanto o líder do PS, Pedro Nuno Santos, defende que o Estado mantenha uma posição maioritária.

O grupo Air France – KLM registou um prejuízo de 256 milhões de euros no quarto trimestre, com o aumento dos custos e os constrangimentos provocados pelo conflito no Médio Oriente a penalizarem as contas. As receitas aumentaram 3,9% para 7.407 milhões, mas os resultados operacionais foram negativos em 56 milhões.

Apesar da quebra inesperada nos últimos três meses do ano, a companhia fechou 2023 com um lucro de 934 milhões, mais 206 milhões do que no ano anterior. O CEO, Benjamin Smith, sublinhou “o regresso ao normal após a pandemia”, com as receitas a crescerem 14% para um recorde de 30.019 milhões de euros, refletindo o aumento de 12% nos passageiros transportados para perto de 100 milhões.

O grupo diminuiu de forma substancial a dívida líquida durante o ano passado, que baixou de 6.337 milhões para 5.041 milhões, o equivalente a apenas 1,2 vezes o EBITDA dos últimos 12 meses.

Olhando para a frente, o administrador financeiro, Steven Zaat, afirmou que “a procura continua muito forte”, mas o grupo enfrenta restrições na entrega de novos aviões, como acontece com outras companhias. “É mais difícil ter disponibilidade de lugares do que vender os lugares”, apontou.

Além do grupo franco-neerlandês, também já manifestaram interesse na compra da TAP a Lufthansa e o IAG, dono da British Airways e Iberia. Este último também apresentou esta quinta-feira um lucro recorde de 2.655 milhões de euros em 2023, seis vezes mais que os 431 milhões contabilizados em 2022.

(Artigo atualizado às 12h10 com mais declarações do CEO do grupo Air France – KLM)

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