Goldman Sachs compra dívida da Petróleos Venezuela e motiva críticas da oposição
O banco Goldman Sachs anunciou a compra de obrigações ao Banco Central da Venezuela depois das críticas dos oposicionistas venezuelanos.
“Investimos em obrigações da Petróleos da Venezuela (PDVSA) porque, como muitos outros neste setor, acreditamos que a situação nesse país tem de melhorar com o tempo”, segundo um comunicado da instituição financeira norte-americana, dirigido à Efe.
O The Wall Street Journal noticiou este fim de semana que o departamento de gestão de ativos do Goldman Sachs pagou 31 cêntimos de dólar, num total de 865 milhões de dólares, pelas obrigações emitidas pela PDVSA em 2014, que vencem em 2022.
Um porta-voz do Goldman Sachs afirmou à Efe que estas obrigações foram adquiridas através de um intermediário de mercado (‘broker’), em operação em que não houve qualquer intervenção direta do governo venezuelano.
“Reconhecemos que a situação é complexa e instável e que a Venezuela está em crise. Acreditamos que vida [nesse país] tem de melhorar e, em parte, fizemos este investimento porque acreditamos que assim será”, ainda segundo a fonte do banco.
O investimento foi feito em plena onda de manifestações na Venezuela, favoráveis e contrárias ao governo de Nicolás Maduro, que por várias vezes terminaram em violência, tendo já causado 59 mortos e mil feridos nos últimos dois meses, segundo números da Procuradoria.
Justamente hoje, dezenas de pessoas protestaram frente à sede central do Goldman Sachs, em Nova Iorque, convocadas pela plataforma ‘SOS Venezuela NY’, que considera a transação do banco “imoral” e uma forma de apoio à “ditadura” de Nicolás Maduro.
O deputado da oposição Ángel Alvarado, membro da comissão de Finanças do Congresso venezuelano, considerou que o banco se colocou “do lado errado da história” ao fazer esta operação.
Na semana passada, depois de feita esta operação do Goldman Sachs, as reservas internacionais do Banco Central da Venezuela passaram de 442 milhões de dólares para 10,8 mil milhões, segundo estatísticas oficiais.
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