Há menos empresas a serem criadas e mais a fechar portas em Portugal
Em fevereiro, o ritmo de insolvências aumentou enquanto o número de novas constituições recuou. A construção foi o único setor no qual foram criadas mais empresas face ao período homólogo.
A formação de novas empresas em Portugal não está a compensar o ritmo de insolvências. Em fevereiro, enquanto o ritmo de encerramento de empresas acelerou, o número de novas empresas nascidas no mesmo período abrandou, com exceção do setor de construção que foi o único no qual se criaram mais empresas, face ao período homólogo.
De acordo com o barómetro de fevereiro da Informa D&B, divulgado esta quarta-feira, até final do mês passado, 374 empresas deram início a um processo de insolvência. Foram mais 58 processos (+18%) face ao período homólogo, mantendo assim a tendência de crescimento que se verificou no último ano.
Segundo a análise, esta subida é concentrada no setor das indústrias, com destaque para as indústrias do têxtil e moda.
Apesar do aumento de insolvências verificado no mês passado, olhando para os primeiros dois meses de 2024, menos empresas fecharam portas. Até fevereiro, 1.879 empresas e outras organizações em Portugal encerraram, traduzindo-se numa queda de 20% face aos dois primeiros meses de 2023. Até fevereiro, os serviços empresariais, retalho e alojamento e restauração foram os setores que registaram o maior número de encerramentos.
No que toca à constituição de novas empresas, a Informa D&B também dá nota de um recuo. Até final de fevereiro de 2024, foram constituídas 9.704 novas empresas e outras organizações em Portugal, registo que corresponde a um abrandamento de 5,1% (ou menos 517 constituições) face ao mesmo período do ano passado.
A construção foi o único setor no qual foram criadas mais empresas face ao período homólogo, com um total de 1.269 constituições, o que representa mais 104 novas empresas (ou um reforço de 8,9% no tecido empresarial) verificado sobretudo nas regiões Norte e Centro do país.
Todos os outros setores de atividade apresentaram uma descida na criação de empresas, destacando-se os transportes, o setor que mais cresceu nos dois últimos anos, e dos serviços empresariais, aquele que regista maior número de constituições de empresas, revela o Informa D&B. Estes dois setores registaram, respetivamente, uma quebra de 20% e 7,9% a nível de novas empresas, face ao período homólogo.
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