Exclusivo Gonçalo Moura Martins e Sandra Santos entram no board da EDP
A lista para o Conselho Geral e de Supervisão da EDP já está completa. Gonçalo Moura Martins foi CEO da Mota-Engil e Sandra Santos acaba de deixar as funções de líder executiva da BA Glass.
Depois de António Lobo Xavier como presidente do Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da EDP, há mais dois gestores escolhidos pelos acionistas de referência da elétrica para a função de administrador não executivo: Gonçalo Moura Martins, que foi presidente executivo da Mota-Engil, e Sandra Santos, cujo mandato à frente da BA Glass terminou em fevereiro, vão integrar o conselho que fiscaliza a gestão executiva da companhia, apurou o ECO junto de duas fontes que acompanharam o processo de escolha.
O atual mandato dos órgãos sociais da EDP terminou no final de 2023 e vai ser eleito um novo conselho geral e um conselho de administração executivo para os próximos três anos. Miguel Stilwell vai ser proposta para um novo mandato à frente da gestão executiva da EDP, mas havia uma expectativa sobre quem sucederia a João Talone como presidente do CGS: O ECO revelou em primeira mão que a escolha da China Three Gorges (CTG) e da família Masaveu — os dois principais — tinha recaído no advogado António Lobo Xavier, com experiência em administrações não executivas (atualmente é vice-presidente não executivo do BPI, entre outros cargos), uma escolha surpreendente no mercado. Mas já se sabia que teriam de ser escolhidos dois outros não executivos, para substituir as saídas de Esmeralda Dourado, João Carvalho das Neves e Carmen Rozado, todos na condição de administradores independentes.
No atual mandato, o CGS é composto por 16 membros, cinco dos quais são representantes do acionista chinês e dois do acionista espanhol, além de nove membros independentes, incluindo o próprio João Talone. Ora, o atual chairman queria mudanças no modelo de governação e tinha manifestado a visão de que a EDP deveria reduzir o número de membros do CGS, passando a China Three Gorges a ter três ou, no máximo, quatro membros, enquanto a família Mazaveu teria um representante. Talone apresentou uma proposta aos acionistas e terá dado o prazo do final do ano para ter uma resposta dos acionistas, que não chegou. O desfecho acabou por ser a decisão de Talone de não continuar para um segundo mandato, obrigando assim à escolha de um novo presidente.
A escolha do novo presidente do conselho geral é sensível, pela estrutura acionista da EDP e pelos mercados onde atua. O principal acionista é a China Three Gorges, enquanto o principal mercado da companhia, na área renovável, é o dos EUA. António Lobo Xavier tem um perfil diferente do de João Talone, um gestor que foi, aliás, presidente executivo da EDP, mas tem cerca de duas décadas de experiências em ‘boards’ e capacidade diplomática, essencial no atual contexto geopolítico em que a EDP opera.
Oficialmente, ninguém comenta a informação do ECO, mas as escolhas de Gonçalo Moura Martins e de Sandra Santos têm explicações diferentes. Moura Martins foi presidente da Mota-Engil e é agora vice-presidente não executivo, mas lidou com acionistas chineses nos últimos anos. A Mota-Engil é controlada pela família Mota e passou ter um segundo acionista de referência, a construtora chinesa CCCC. Já Sandra Santos foi até há poucas semanas CEO executiva da BA Glass, depois de dez anos em funções, uma companhia industrial com presença internacional. Além disso, preenche também a exigência de paridade de género no Conselho Geral da EDP.
A lista completa dos órgão sociais da EDP para o próximo triénio deverá ser divulgada no próximo dia 11 de março, um mês antes da assembleia geral de acionistas, agendada para 10 de abril.
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