Borrell homenageia Guterres e defende que o mundo estaria “ainda pior” sem a ONU
"O estado do mundo é profundamente preocupante. Mas poderia ser ainda pior se não tivéssemos as Nações Unidas", diz o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, apoiou esta terça-feira o secretário-geral da ONU, António Guterres, “diante das muitas acusações e ataques que vem sofrendo”, e defendeu que o mundo poderia estar “ainda pior” sem as Nações Unidas.
Na reunião anual do Conselho de Segurança sobre o reforço da cooperação entre a União Europeia (UE) e as Nações Unidas, Borrell saiu em defesa da Organização que reúne 193 Estados-membros, lamentando que a sua Carta fundadora seja “desrespeitada, distorcida e sequestrada todos os dias”.
“O estado do mundo é profundamente preocupante. Mas poderia ser ainda pior se não tivéssemos as Nações Unidas, que, através da sua Carta, continuam a ser uma bússola inafundável para a nossa humanidade”, defendeu o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros. “Mas a ONU está aqui. Com todos os homens e mulheres que trabalham para esta organização, entre eles, o secretário-geral, e a quem hoje gostaria de prestar uma homenagem, apoiando-o diante das muitas acusações e ataques que vem sofrendo”, acrescentou Borrell.
Nos últimos meses, Guterres tem sido duramente criticado pelas autoridades israelitas, que têm pedido repetidamente a demissão do líder da ONU depois de este ter afirmado que os ataques do grupo islamita Hamas “não aconteceram no vácuo”, salientando que o povo palestiniano “é sujeito a uma ocupação sufocante há 56 anos”.
Na reunião desta terça, Borrell aproveitou também por defender a agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA), que viu o seu financiamento ser cortado após Israel acusar alguns dos seus funcionários de envolvimentos no ataque do Hamas de 07 de outubro, que desencadeou o conflito em curso na Faixa de Gaza.
“A UNRWA existe porque existem refugiados palestinianos. Não é um presente para os palestinianos, mas uma resposta às suas necessidades”, recordou Borrell, classificando a agência como a “última tábua de salvação para muitas pessoas” em Gaza.
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