Portugal paga menos para emitir dívida a sete e 18 anos

O Tesouro conseguiu colocar no mercado 1.002 milhões de euros em obrigações a sete e 18 anos que contaram com um preço abaixo do que Portugal pagou nas últimas operações semelhantes.

Portugal voltou esta quarta-feira ao mercado da dívida com dois leilões de Obrigações do Tesouro a sete e 18 anos que permitiram ao Tesouro financiar-se em 1.002 milhões de euros — muito perto do limite inferior do montante indicativo que o IGCP tinha anunciado na semana passada — por um preço abaixo do que pagou nas últimas operações com características semelhantes.

“As taxas em ambos os leilões desceram face ao nível que estavam há um mês”, refere Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa, sublinhando ainda que “a subida de rating por parte da Standard & Poors, bem como o movimento de descida de taxas em toda a dívida soberana europeia, ditaram o sucesso deste leilão.”

Na emissão mais curta, que contou com uma procura de 1,54 vezes acima da oferta e que foi realizada através da linha OT 0,3% 17out2031, o Estado pagou 2,445% para se financiar em 485 milhões de euros.

Para efeitos comparativos, a última ocasião em que o Estado efetuou um leilão a sete anos foi a 26 de agosto de 2020, altura em que pagou 0,095% para emitir 450 milhões de euros. Contudo, atendendo ao intervalo temporal desde essa emissão, o leilão que melhor serve de termo de comparação deverá ser o realizado 12 de julho de 2023, numa operação a seis anos, durante a qual o Tesouro despendeu 3,181% para introduzir no mercado 467 milhões de euros.

No leilão a 18 anos, que foi realizado pela linha OT 1,15% 11abr2042 e que contou também com uma procura 1,54 vezes acima da oferta, o Estado pagou 3,262% para se financiar em 516 milhões de euros. Trata-se de um preço de 8,1 pontos base abaixo da yield de 3,181% paga no leilão recente mais comparável que foi realizado a 24 de janeiro deste ano, em que o Tesouro recorreu à mesma linha obrigacionista (OT 1,15% 11abr2042), tendo conseguido financiar-se em 675 milhões de euros com uma taxa de 3,46%.

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