Dona da Zara fechou sete lojas em Portugal no último ano
Grupo Inditex baixou para 286 o número de lojas portuguesas nas sete marcas de moda. Só Espanha, México e Itália têm mais. Lucro disparou 30% em 2023, com novo recorde de vendas e online a valer 25%.
Portugal foi o primeiro destino internacional da Inditex, quando abriu na Rua de Santa Catarina, no Porto, aquela que foi a primeira loja da Zara fora de Espanha, assinalando o início da expansão global que prosseguiu no ano seguinte em Nova Iorque (EUA) e em 1990 em Paris (França), até estar atualmente presente em 213 mercados espalhados pelo mundo. Volvidos 35 anos, o grupo de origem galega continua a ter deste lado da fronteira um dos maiores efetivos comerciais, mas está mais reduzido do que há um ano.
A 31 de janeiro de 2024, de acordo com a contabilização feita no mais recente relatório e contas, publicado esta quarta-feira, a multinacional detida pela família Ortega somava um total de 286 lojas em Portugal, menos sete do que há um ano. Distribuídas pelas sete insígnias de moda, em solo nacional tem agora abertas 72 lojas da Zara – fechou cinco no espaço de um ano –, 46 da Pull & Bear, 43 da Stradivarius, 42 da Bershka, 38 da Massimo Dutti (-1), 23 da Oysho e 22 da Zara Home (-1).
À frente de mercados gigantes como França (266), Polónia (216), Turquia (201) e China continental (192), Portugal é o quarto a nível mundial com mais lojas do grupo Inditex. Fica apenas atrás de Espanha (1.157), do México (399) e de Itália (334). Já considerando apenas a Zara, que é a principal marca do grupo – em conjunto com a Zara Home valeu 26 mil milhões dos quase 36 mil milhões de euros faturados no ano passado, 10% acima do registo global em 2022 –, o mercado português é ultrapassado também pelo francês.
De acordo com os dados reportados esta manhã, os lucros da Inditex aumentaram 30,3%, para 5.381 milhões de euros. Apesar do novo valor recorde de vendas, o ritmo de crescimento abrandou face ao ano anterior (17,5%), com Espanha a representar 15% e o resto do mercado europeu quase metade do total. No ano fiscal de 2023 abriu 192 espaços físicos em 41 países e encerrou 315 lojas, sendo Espanha (68), China (50) e Arábia Saudita (10) os mais penalizados. O negócio online pesou 25% nas receitas da líder mundial no retalho de vestuário.
O grupo de vestuário, que fechou e vendeu as lojas que tinha na Rússia depois do início da guerra em 2022, tinha no final de janeiro um total de 5.692 lojas em funcionamento em todo o mundo, o que compara com as 5.815 que tinha um ano antes. Já em abril de 2024, a gigante liderada há pouco mais de dois anos por Marta Ortega, filha do fundador Amancio Ortega, que detém 59% da empresa, prevê reabrir 50 das mais de 80 lojas que tinha encerrado na Ucrânia. Fora da Europa, os países da América do Norte valem quase 20% e a Ásia 17% do negócio.
Do ponto de vista industrial, embora não especifique os dados relativos às quantidades de compras que faz em 12 países diferentes, a Inditex reclama ter mais de metade dos fornecedores em fábricas de proximidade, o que engloba origens como Espanha, Portugal, Turquia e Marrocos. No início desta semana, a Reuters noticiou que o grupo está a ser alvo de pressão por parte dos investidores para divulgar a lista completa de fornecedores, assim como a localização das fábricas que integram a cadeia de abastecimento.
Nos próximos dois anos, o grupo estima investir 900 milhões de euros para aumentar as capacidades logísticas, assim como 1,8 mil milhões de euros em 2024 para “otimizar o espaço comercial”, com foco na integração tecnológica. Entre os investimentos previstos está a construção de um novo centro de distribuição com 286 mil metros quadrados em Saragoça e uma estrutura semelhante também para a Zara nos Países Baixos, com metade da dimensão.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Dona da Zara fechou sete lojas em Portugal no último ano
{{ noCommentsLabel }}