Economia americana não descola e cresce de forma moderada

O Livro Bege da Fed mostra que vários setores de atividade -- da indústria ao imobiliário -- continuam a crescer de forma lenta. Inflação mantém tendência de evolução lenta.

A economia norte-americana continua a crescer de forma “modesta” ou “moderada” em quase todas as regiões. No entanto, há novos sinais de que o otimismo arrefeceu ligeiramente em algumas parte do país, entre o início de abril e o final de maio, revela um estudo da Reserva Federal norte-americana publicado esta quarta-feira.

O Livro Bege da Fed mostra que vários setores de atividade — da indústria ao imobiliário — continuam a crescer de forma lenta. A previsão é de que a economia norte-americana recupere face ao crescimento anualizado de 1,2% registado no primeiro trimestre. De acordo com o modelo prospetivo usado pela Fed de Atlanta, a atividade vai acelerar para 3,8% no segundo trimestre.

O consumo das famílias abrandou, com muitas regiões a revelar uma pequena alteração, ou nenhuma, nas vendas de automóveis, revela o estudo levado a cabo pelos 12 bancos regionais da Fed. Por isso, não há sinais de quebra da tendência recente de inflação moderada. Sem contar com alimentação e energia, a inflação aumentou apenas 1,5% em 12 meses (contas feitas a partir de abril), naquele que é já o terceiro mês consecutivo de abrandamento.

Na vertente laboral, o mercado “continua com escassez de mão-de-obra, com a maior parte das regiões a dar conta de uma escassez um leque variado de profissões e regiões”, sublinha o relatório.

Ainda assim, “a maior parte das empresas sublinhou poucas alterações à tendência recente de crescimento salarial modesto ou moderado“, acrescenta o mesmo documento. Mas muitas empresas revelam que oferecem salários mais elevados para atrair trabalhadores, “nas áreas em que a escassez é mais severa”.

A taxa de desemprego nos Estados Unidos atingiu os 4,4% em abril, o valor mais baixo numa década.

Os sinais contraditórios entre inflação e mercado de trabalho estão a gerar tensões entre os responsáveis da Fed. O mercado tinha como quase certo um aumento das taxas de juro em junho. De acordo com as projeções publicadas em março, o Comité de Política Monetária da Reserva Federal norte-americana deverá optar por dois aumentos este ano, depois da decisão nesse mês. As minutas da reunião de maio não alteraram em nada essa perspetiva e mostram que os responsáveis apontam para um aumento “em breve”.

Nas minutas pode ler-se que os governadores dizem ser “apropriado em breve” apertar a política monetária expansionista ainda mais, em linha com o que a Fed tem vindo a fazer desde dezembro de 2015. A economia norte-americana abrandou, mas os membros da Fed dizem ser algo “transitório”. Contudo, alguns pedem que se espere por mais sinais da recuperação efetiva da economia.

A próxima reunião está marcada para 13 e 14 de junho.

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