Custos das empresas com salários aceleram em Portugal, mas abrandam na UE
Custos de empresas com salários aumentaram 5,5% em termos homólogos em Portugal nos últimos três meses de 2023. Fim do ano foi de aceleração, em contraciclo com a União Europeia.
Os custos das empresas com os salários dos trabalhadores voltaram a aumentar no último trimestre de 2023. Mas, enquanto na União Europeia (UE) abrandaram, em Portugal aceleraram. Ainda assim, o aumento registado no mercado português fica longe do topo da tabela europeia.
Na nota divulgada esta segunda-feira de manhã, o gabinete de estatísticas adianta que, no quarto trimestre, os custos do trabalho por hora aumentaram 3,4% na Zona Euro e 4% na UE, face ao mesmo período do ano anterior.
Há duas grandes componentes nesses custos: os salários e os outros encargos. No que diz respeito aos ordenados, os últimos três meses de 2023 foram sinónimos de uma subida homóloga dos custos em 3,1% na área da moeda única e em 3,8% no bloco comunitário.
Ora, no trimestre anterior, esses custos tinham aumentado, em termos homólogos, 5,2% e 5,7%, respetivamente, o que significa que o ano terminou com um abrandamento tanto na Zona Euro como na UE.
Já em Portugal a tendência foi a inversa. Entre outubro e dezembro, os custos das empresas com salários subiram, em termos homólogos, 5,5%. Em comparação, a variação registada no trimestre anterior foi de 4,8%. Ou seja, em Portugal, os custos dos salários aceleraram no fim de 2023.
Além disso, essa subida de 5,5% foi superior tanto à média comunitária como à da área da moeda única, indicam os dados do Eurostat. Porém, Portugal manteve-se longe do topo da tabela europeia.
Em maior detalhe, no quarto trimestre, as maiores subidas dos custos dos salários, em termos homólogos, foram registadas na Roménia (13,1%), Hungria (16,3%) e na Croácia (16%).
Em contraste, Itália (com uma descida de 0,1% dos custos dos salários) ocupa a base da tabela europeia.
De notar ainda que a Dinamarca e a Alemanha foram os países onde os custos das empresas com salários menos subiram no último trimestre de 2023 (1,9% e 2,2%, respetivamente), entre todos os Estados-membros.
Outros custos também aceleram em Portugal
Além dos custos com salários, as empresas têm também de suportar outros encargos, como contribuições sociais e impostos. No último trimestre de 2023, também essa componente dos custos do trabalho aumentou na Europa. Mas –à semelhança do registado nos salários –, enquanto no bloco comunitário abrandou, em Portugal acelerou.
De acordo com os dados do Eurostat conhecidos esta terça-feira, os outros custos do trabalho subiram 4,2% na Zona Euro e 4,6% na União Europeia, em termos homólogos. No trimestre anterior, tinham aumentado 5,2% e 5,7%, respetivamente. Ou seja, houve um abrandamento entre outubro e dezembro.
Já em Portugal, os últimos três meses do ano ficaram marcados por uma subida homóloga de 6,8% dos outros custos, variação que supera o aumento de 6,4% registado no trimestre anterior. Tal significa que o ano terminou com os outros custos do trabalho a acelerar, no mercado português.
(Notícia atualizada às 11h16)
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