Luz Saúde aumenta capital em 100 milhões de euros e volta à bolsa
A Fidelidade vai continuar a ter maioria do capital social da Luz Saúde na sequência do IPO, embora garantindo um nível de liquidez para novos investidores.
A Luz Saúde anunciou esta quarta-feira o arranque da operação para regressar à bolsa de onde saiu em 2018. Através da emissão de novas ações destinadas a investidores institucionais, tanto nacionais como internacionais, a empresa espera conseguir 100 milhões de euros.
“Espera-se que a oferta inclua ações ordinárias recém-emitidas, gerando receitas brutas de aproximadamente 100 milhões de euros para a Luz Saúde, juntamente com a venda de ações ordinárias existentes pela Fidelidade“, explica a empresa em comunicado. “A Fidelidade pretende reter a maioria do capital social da Luz Saúde na sequência da oferta, embora garantindo um nível saudável de liquidez para novos investidores”, acrescenta a mesma nota.
Em paralelo com a oferta pública de venda, a Luz Saúde prevê realizar um aumento de capital de, aproximadamente, 100 milhões de euros. Essa oferta pública de venda de ações será realizada através da colocação privada, tanto em Portugal como no estrangeiro, incluindo nos Estados Unidos, dirigida a determinados investidores institucionais qualificados (QIBs), explica a Fidelidade em comunicado. Contudo, a admissão das ações à negociação na Euronext Lisboa estará sujeita à aprovação de um prospeto pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) de Portugal.
A Luz Saúde opera 29 unidades, incluindo hospitais, clínicas ambulatórias e uma residência sénior e “chega a 75% da população portuguesa”, diz a empresa. Com uma equipa composta por 4.876 médicos, 2.587 enfermeiros, 1.308 técnicos, e 1.126 camas, “lidera a prestação de cuidados de saúde em Portugal”. Em 2023 os seus 14 hospitais atenderam mais de 1,1 milhões de pacientes e geraram 92,6% das receitas da empresa. Além disso, as 14 clínicas ambulatórias serviram cerca de 246 mil pacientes externos e contribuíram com 6,1% para as receitas anuais. A rede inclui também uma residência sénior, responsável por 0,9% das receitas, revela a empresa.
O grupo diz ter conseguido “um forte crescimento histórico” e “uma melhoria significativa na sua rentabilidade”, destacando que “em 2022 e 2023 alcançou um crescimento de receitas de dois dígitos (10% e 12%, respetivamente)”, devido ao “crescimento sustentado do nível de atividade em todas as unidades”, bem como à “continuação de medidas de eficiência de custos e alavancagem operacional”.
“Esta potencial transação é um elemento-chave na estratégia do grupo Fidelidade e da Luz Saúde”, disse Rogério Campos Henriques, presidente executivo da Fidelidade, citado na mesma nota. Para o gestor, esta operação representa “mais um passo no plano de otimização de capital da Fidelidade, que passará a dispor de indicadores de solvência ainda mais robustos”, permitindo “continuar a beneficiar dos efeitos de diversificação, através de uma participação maioritária na Luz Saúde”.
“O regresso da Luz Saúde aos mercados públicos marca mais um importante marco na história da empresa ao trazer maior visibilidade ao diferencial de qualidade da nossa estratégia clínica, ativos e modelo de gestão, bem como maior flexibilidade financeira para continuar a perseguir nosso plano de crescimento de longo prazo”, diz por seu turno Isabel Vaz, recordando que este é um regresso da empresa à bolsa de onde saiu em 2015 quando foi comprada pela Fidelidade.
Na informação aos investidores a Luz Saúde revela que no exercício terminado em 31 de dezembro de 2023, teve resultados operacionais ajustados de 666,9 milhões de euros, aumento de 12% face a 2022, um EBITDA ajustado de 99,8 milhões de euros (+22,5% vs. 2022). Resultados que consideram dar “continuidade a uma trajetória de forte crescimento e margem melhoria” conseguida com “investimentos de expansão, continuidade do foco na cristalização de eficiência de custos e maior alavancagem operacional”.
(Notícia atualizada com mais informação)
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