Crise diplomática no Qatar é “elemento perturbador”, diz Augusto Santos Silva

  • Lusa
  • 5 Junho 2017

Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, considerou "um elemento perturbador" os cortes de relações diplomáticas de vários países com o Qatar.

O ministro português dos Negócios Estrangeiros qualificou, hoje em Madrid, de “perturbadora” a decisão do Bahrein, Egito, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Iémen de cortarem relações diplomáticas com o Qatar. “Haver cortes de relação entre países é sempre um elemento perturbador”, disse Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, acrescentando ser necessário uma “boa concertação política e diplomática entre todos, e não de perturbação”.

Bahrein, Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos acusam o Qatar de apoiar o terrorismo e anunciaram a retirada dos diplomatas desse país dos seus territórios, a par com planos para cortar as ligações aéreas e marítimas, tendo a Arábia Saudita dado ainda conta de que também pretende encerrar a sua fronteira terrestre.

Para o chefe da diplomacia portuguesa, “este caso é ainda mais perturbador porque ocorre poucos dias depois de uma reunião de todos os países do Golfo com a nova administração norte-americana”. Desse encontro “parecia ter saído uma mensagem de unidade e de envolvimento de todos no combate ao terrorismo”, disse Augusto Santos Silva.

Na sequência dos anúncios de corte de relações diplomáticas, a coligação internacional liderada pela Arábia Saudita que intervém no Iémen anunciou a exclusão do Qatar devido ao “seu apoio ao terrorismo”. Além da Arábia Saudita, Bahrein, Egito, Emirados Árabes Unidos, integram a coligação internacional a Jordânia, Koweit, Marrocos, Paquistão e Sudão.

Este sismo diplomático tem lugar 15 dias depois de uma visita a Riade do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o qual pediu aos países muçulmanos para agirem de forma decisiva contra o extremismo religioso. Estes desenvolvimentos representam um grave revés para o Qatar que, independentemente do seu papel regional, vai acolher o Mundial de Futebol de 2022.

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