May pede, Vodafone dá: novas regras para o discurso de ódio online

A primeira-ministra lançou o repto e a empresa britânica seguiu-o: a partir desta terça-feira, os anúncios publicitários da Vodafone deixarão de aparecer em sites identificados como nocivos.

“Enough is enough” – foi esta a expressão da primeira-ministra, após o atentado de sábado em Londres, num discurso em que criticou as empresas tecnológicas, pedindo mais controlo no mundo online. Esta terça-feira a Vodafone respondeu a Theresa May com o anúncio de novas regras globais com o objetivo de limitar o discurso de ódio e as notícias falsas. A medida mais direta é que a sua publicidade não apareça em canais digitais dominados pelo ódio.

O discurso de ódio e as notícias falsas ameaçam os princípios de respeito e confiança que mantêm as comunidades unidas.

Vittorio Colao

CEO da Vodafone

As novas regras que entram em vigor esta terça-feira terão como alvo as páginas online identificadas como bastante permeáveis a ter um conteúdo nocivo. A ideia principal é retirar a publicidade “automática” da Vodafone desses locais, retirando-lhes o possível lucro que viriam a ter. Indiretamente, esta será uma forma de cortar o financiamento a este tipo de organizações. A abordagem da Vodafone terá como base um sistema de controlo já utilizado pela Google e pelo Facebook também.

“O discurso de ódio e as notícias falsas ameaçam os princípios de respeito e confiança que mantêm as comunidades unidas”, afirmou o presidente executivo da empresa britânica. Vittorio Colao garantiu que vai assumir “um forte compromisso com a diversidade e a inclusão”, defendendo que a marca da Vodafone não pode estar “associada a este tipo de conteúdo abusivos”. Colao referiu que vai dar “muito valor” à integridade das instituições democráticas, que são os “alvos” das chamadas fake news.

Este avanço da Vodafone vai ao encontro daquilo que Theresa May pediu, nomeadamente ao nível de acordos internacionais para regular o ciberespaço. “Não podemos dar o espaço de que esta ideologia precisa para crescer. Para isso, temos de atingir acordos internacionais para evitar a proliferação desta ideologia através das redes sociais”, afirmou a primeira-ministra britânica no domingo que vai a eleições esta quinta-feira.

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