Mortágua vê “vontade” nos partidos da esquerda de coordenar “oposição no Parlamento”
Frisando que as reuniões à esquerda serviram para fazer um "balanço" da situação política, Mortágua garantiu haver “vontade" dos partidos à esquerda coordenarem a sua oposição no Parlamento.
A coordenadora do Bloco de Esquerda garante que há “vontade” política entre os partidos à esquerda de “impedir retrocessos constitucionais” e de coordenar uma “oposição” à maioria de direita no Parlamento, fazendo um balanço positivo daquelas que foram as reuniões que decorreram nas últimas semanas com o Livre, PCP, PAN e, esta terça-feira, com o PS.
“Face à instabilidade do país, quisemos — e queremos — abrir um campo de diálogo com os partidos à esquerda e que fazem oposição a este Governo de direita”, afirmou a Mariana Mortágua, esta terça-feira, numa conferência de imprensa na sede do partido, após a reunião com o PS no Largo do Rato.
Explicando que as reuniões serviram para fazer um “balanço da situação política do país” desde a tomada de posse do Governo de Luís Montenegro, no início do mês, Mariana Mortágua revelou que entre os quatro partidos daquele espetro político há “vontade e disponibilidade para articulação entre direções parlamentares e políticas, para coordenar a sua atividade, desde logo na oposição no Parlamento, mas também no futuro”.
A título de exemplo, a líder bloquista referiu o consenso entre os quatro partidos para “impedir tentações por parte da direita de retrocessos constitucionais”.
“Há um acordo e uma avaliação comum [entre os partidos] sobre os perigos de uma revisão constitucional e sobre não deixar que a nossa democracia se enrede sobre perda de direitos quando uma revisão constitucional deveria aprofundar direitos”, afirmou a coordenadora do BE. “Essa avaliação é conjunta, veremos como se traduz no espaço parlamentar”, respondeu Mortágua a uma questão de um jornalista.
Mariana Mortágua rejeitou comentar a escolha de Sebastião Bugalho para cabeça de lista às europeias pela Aliança Democrática e de Marta Temido pelo PS, respondendo apenas que “hoje em dia há comentadores que se tornam muito facilmente políticos”.
“Sou uma dirigente política, não pretendo tornar-me comentadora”, respondeu, elogiando, no entanto, a escolha de Catarina Martins para encabeçar a lista de candidatos do Bloco para as eleições europeias. “É a mais capaz de derrotar a direita nestas eleições e afirmar ideia de Europa solidária, que não cede a retrocessos impostos pela direita”.
Um mês depois de o Bloco de Esquerda ter conseguido reunir-se com o PAN, o Livre e o PCP, Mariana Mortágua terminou esta terça-feira o périplo pelas sedes dos partidos à esquerda após o encontro com o secretário-geral do PS, na sede socialista no Largo do Rato, em Lisboa.
Estas reuniões resultaram de um convite lançado pela coordenadora do partido logo a seguir às eleições legislativas, a 10 de março, sob o pretexto de “encontrar convergências” à esquerda perante a vitória da Aliança Democrática e a formação de uma maioria à direita no Parlamento.
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