Alphabet avança com primeiro pagamento de dividendos da sua história
Além de ter apresentados resultados acima das expectativas do mercado, a Alphabet surpreendeu o mercado ao anunciar o primeiro pagamento de dividendos da sua história.
Num movimento surpreendente, a Alphabet, empresa dona do Google, anunciou esta quinta-feira o primeiro pagamento de dividendos e um programa de recompra de ações no valor de 70 mil milhões de dólares. O anúncio foi recebido com entusiasmo pelos investidores, que responderam com uma valorização das ações quase imediata de cerca de 16% após o fecho do mercado, para um valor de mercado muito próximo dos dois biliões de dólares.
A decisão da empresa liderada por Sundar Pichai surge num contexto de investimento intensivo por parte da Alphabet e das suas concorrentes em centros de dados, numa corrida para não perder terreno para os rivais no campo da inteligência artificial generativa.
Com um dividendo de 20 cêntimos por ação, a tecnológica norte-americana não só oferece uma remuneração aos seus acionistas, como também assinala uma posição robusta no competitivo setor tecnológico.
Os números do primeiro trimestre da Alphabet revelam uma estratégica de grande investimento por parte da empresa, com as despesas de capital a superarem os 12 mil milhões de dólares entre janeiro e março, uma variação homóloga de 91%.
Este passo ocorre apenas três meses depois de a Meta Platforms, rival da Alphabet no universo das big tech, ter também anunciado o seu primeiro dividendo. Essa decisão catapultou o valor de mercado da empresa de redes sociais em mais 195 mil milhões de dólares no dia seguinte, para uma capitalização bolsista acima de 1 bilião de dólares. Entre os gigantes tecnológicos, apenas a Amazon.com se mantém reticente em remunerar os seus acionistas com dividendos.
O programa de compra de ações próprias e o anúncio da distribuição de parte dos lucros sob a forma de dividendos por parte da Alphabet foram realizados no seguimento da apresentação das contas do primeiro trimestre do ano, que mostraram lucros acima dos 23,6 mil milhões de dólares entre janeiro e março deste ano.
De acordo com um comunicado enviado na quinta-feira ao mercado, a Alphabet revela que alcançou receitas de 80,5 mil milhões de euros, cerca 15% acima do valor registado no mesmo período do ano passado e 2,5% acima do que era antecipado pelo mercado. Só as receitas de publicidade geradas pelo Google aumentaram 13% no primeiro trimestre do ano, para quase 62 mil milhões de dólares. Sundar Pichai destacou as ofertas de inteligência artificial do Google como um impulso significativo para os resultados de pesquisa core da empresa.
Os números do primeiro trimestre da Alphabet revelam também uma estratégica de grande investimento, com as despesas de capital a superarem os 12 mil milhões de dólares, uma variação homóloga de 91%.
No decorrer da apresentação dos resultados, a administradora financeira da empresa revelou que prevê que os gastos se mantenham elevados durante o resto do ano, à medida que a empresa continue a desenvolver as suas ofertas de inteligência artificial. Apesar deste aumento significativo nas despesas de capital, Ruth Porat antecipa que a margem operacional de 2024 seja superior à do ano passado.
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