Exclusivo Huawei prepara mudança de CEO em Portugal

Atual CEO da Huawei Portugal deve deixar a função em breve, apurou o ECO. Tony Li está há mais tempo no cargo do que estiveram os seus dois últimos antecessores.

A Huawei vai mudar a liderança da operação portuguesa este ano. O ECO apurou junto de duas fontes independentes que Tony Li irá deixar em breve o cargo de CEO da Huawei Portugal, a tecnológica chinesa que no ano passado foi proibida pelas autoridades de fornecer equipamentos e serviços para as redes 5G no país.

Tony Li assumiu a função de CEO da Huawei Portugal em 2019, tendo substituído Chris Lu, que lidera atualmente a subsidiária da Nigéria. Há mais de cinco anos a comandar os destinos da Huawei no mercado português, o atual CEO está há mais tempo na função do que estiveram os dois últimos líderes da subsidiária portuguesa, pelo que a saída é vista internamente com normalidade.

Sobre o timing da saída, uma das fontes disse que a mudança poderá ocorrer em junho, mas não foi possível confirmar esse calendário. A outra fonte afirmou apenas que a mudança irá ocorrer este ano.

Desconhece-se a identidade do próximo líder. Os dois últimos CEO da Huawei Portugal, Li e Lu, têm longas carreiras no grupo chinês, somando funções de liderança em várias geografias, pelo que uma das fontes que falou com o ECO especula que o próximo líder deverá ser outro quadro chinês da Huawei.

Tony Li (ao centro) está de saída do cargo de CEO da Huawei em Portugal

Tony Li foi líder executivo da Huawei Portugal num período de grande crescimento no país, mas bastante atribulado pelos impactos da pandemia e pelas tensões geopolíticas entre o ocidente e a China.

Em 2019, quando assumiu funções, as relações bilaterais entre Lisboa e Pequim tinham acabado de ganhar um novo elã pela visita do Presidente chinês Xi Jinping a Portugal em dezembro de 2018.

Além disso, no Parlamento, em março desse ano, o então primeiro-ministro António Costa tinha recusado restringir a Huawei Portugal — “não há nenhuma razão para excluir a Huawei do mercado”, disse –, numa altura em que os EUA já estavam a pressionar os aliados para restringirem a empresa, por receio de que possa ser um veículo de espionagem do regime chinês. Acusação que a Huawei sempre negou.

Nos dias que correm, o cenário é muito diferente. Apesar de ser amplamente reconhecida, a Huawei enfrenta sérias dificuldades por causa das restrições implementadas nos EUA, que impediram a empresa de aceder a tecnologias essenciais usadas nos seus telemóveis, mas mais ainda pela decisão do Estado português de, efetivamente, proibir as operadoras de telecomunicações de recorrerem aos equipamentos e serviços da Huawei para o desenvolvimento das suas redes 5G.

Em março de 2023, uma comissão do Estado ligada ao Gabinete Nacional de Segurança deliberou excluir das redes de telecomunicações certos fornecedores, como aqueles que tenham sede num país que não pertença à União Europeia, à NATO ou à OCDE. Fortemente limitada pela decisão, a Huawei avançou com uma impugnação na Justiça, ação que ainda está em curso.

O ECO contactou fonte oficial da Huawei Portugal e está a aguardar resposta.

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