Comunidades Intermunicipais do Centro querem avaliar com Governo impacto do aeroporto na região
Comunidades Intermunicipais do Centro querem ouvir Governo sobre impactos económicos na região por causa da localização do aeroporto em Alchochete.
As comunidades intermunicipais da região Centro do país vão pedir uma reunião conjunta ao Governo para avaliar os impactos da decisão do novo aeroporto em Alcochete na coesão territorial e no desenvolvimento económico e turístico da região. O anúncio é feito pela Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) que pede mais reforço das acessibilidades da região ao futuro aeroporto e à ligação Lisboa – Madrid da Linha de Alta Velocidade. Assim como a antecipação do troço de ligação entre Soure, Leiria e Carregado (Lisboa) do TGV Lisboa-Porto.
Já em junho de 2023, as comunidades intermunicipais das regiões de Leiria, Coimbra, Beira Baixa, Beiras e Serra da Estrela e do Médio Tejo assumiram uma posição pública conjunta na defesa da escolha da localização do futuro aeroporto em Santarém por entenderem que seria a opção “ideal e a que melhor servia o objetivo da coesão e a maioria da população portuguesa que reside a norte do Tejo”.
A Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria considera, num comunicado, que “a decisão tomada pelo Governo em localizar o novo aeroporto internacional de Lisboa na margem sul do Tejo, em Alcochete, bem como a definição como prioridade da futura Linha de Alta Velocidade (LAV), a ligação Lisboa – Madrid, são opções que devem ser acompanhadas com projetos de reforço da mobilidade da região Centro do País às novas infraestruturas. Defende, por isso, a antecipação da segunda fase do TGV Lisboa-Porto, do troço de ligação entre Soure, Leiria e Carregado (Lisboa), “apenas projetada para iniciar os trabalhos depois de 2030”.
A nova localização aeroportuária na margem sul do Tejo e respetiva desativação total aeroporto internacional da Portela (Humberto Delgado), terão fortes consequências nas dinâmicas populacionais, turísticas e ao nível das empresas e emprego, o que exige uma urgente resposta da antecipação deste novo contexto e respetivos desequilíbrios regionais.
Esta Comunidade Intermunicipal argumenta que a “nova localização aeroportuária na margem sul do Tejo e respetiva desativação total aeroporto internacional da Portela terão fortes consequências nas dinâmicas populacionais, turísticas e ao nível das empresas e emprego, o que exige uma urgente resposta da antecipação deste novo contexto e respetivos desequilíbrios regionais”.
Por tudo isto, a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria vai promover uma reunião das CIM da Região Centro com o Executivo de Montenegro para avaliar os impactos da decisão na coesão territorial e ao nível dos fluxos de desenvolvimento económico.
A CIMRL explica ainda que a designada fase 2 do TGV, entre Soure, Leiria e o Carregado, “tem um investimento estimado de apenas 1900 milhões de euros, menos de 15% do valor estimado para os novos projetos agora apresentados pelo atual Governo, que incluem além das infraestruturas aeroportuárias a conclusão da linha de Alta Velocidade entre Lisboa e Madrid, incluindo a Terceira Travessia sobre o Tejo (TTT), o que representa um investimento global estimado superior a 12,6 mil milhões de euros”.
Turismo do Centro diz que opção Santarém “servia melhor os interesses do país”
A Turismo do Centro de Portugal (TCP) também defende que a opção Santarém “servia melhor os interesses do resto do país” e a coesão territorial, uma vez que “o Centro de Portugal vai continuar a ser a única região do país que não é servida por um aeroporto”. E pede, por isso, ao Governo mais acessibilidades para esta região para compensar esta lacuna que afeta a economia da região.
“Um aeroporto que, além de Lisboa, servisse os interesses do resto do país, como era a opção Santarém, teria sido mais adequado para a coesão territorial”, argumenta a TCP num comunicado enviado às redações. “Não tendo sido possível [a localização do aeroporto em Santarém], então que os decisores políticos olhem com atenção redobrada para a necessidade de investir nas acessibilidades do Centro de Portugal e que desenvolvam, já a partir de hoje, um plano de mobilidade que sirva de forma adequada todo o território”, apela esta entidade de turismo.
Na sequência do anúncio do Governo para a localização do futuro aeroporto internacional Luís de Camões em Alcochete, “a Turismo do Centro de Portugal considera que o Centro de Portugal e todos os que vivem nesta região — a maior do país — têm razões legítimas para se se sentirem apreensivos“.
Aliás, reitera, “o Centro de Portugal tem múltiplas razões de queixa a nível das acessibilidades. Encarar com seriedade esta questão é fundamental para o desenvolvimento do Centro de Portugal, em todas as áreas de atividade – no turismo, de forma evidente, mas também na indústria, na agricultura e em tantas outras“.
A Turismo do Centro de Portugal considera que o Centro de Portugal e todos os que vivem nesta região — a maior do país — têm razões legítimas para se se sentirem apreensivos.
Nesse sentido, a ETC apela ao Governo que invista nas acessibilidades da região em prol da coesão territorial e redução de assimetrias, como a transformação do IP3 em autoestrada, assim como “executar o prometido IC31, entre a A23 e Espanha, via Monfortinho”. A entidade de turismo assinala ainda que a região “está mal servida” ao nível da ferrovia: “As obras da Linha da Beira Alta, que se eternizaram, são um exemplo paradigmático desta realidade incontornável”.
A ETC também refere a necessidade de expandir as infraestruturas de carregamento para veículos elétricos, além de aumentar a oferta de transporte público na região.
“São investimentos prioritários e que o país precisa de realizar, sob pena de as assimetrias regionais se agravarem“, reitera.
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