Marta Temido e as buscas antes das eleições. “Quem está na vida política já se surpreende com pouca coisa”
"Os ministros não autorizam a administração de medicamentos, sobretudo quando não são médicos", defende-se Marta Temido, negando ter tido "conhecimento" do alegado favorecimento no caso das gémeas.
Marta Temido, cabeça de lista do PS às eleições europeias e que à época era ministra da Saúde, reitera que não teve conhecimento de um alegado favorecimento das gémeas luso-brasileiras tratadas no Hospital Santa Maria com o medicamento Zolgensma, um caso que motivou esta manhã a realização de buscas por parte da Polícia Judiciária.
“Insisto. Não tive de facto conhecimento”, afirmou Marta Temido, sublinhando que “os ministros não autorizam a administração de medicamentos, sobretudo quando não são médicos”. Apesar de garantir que ainda não foi notificada, a antiga governante demonstrou-se “disponível para dar todos os esclarecimentos”. “Estamos cá para responder por aquilo que fizemos e por aquilo que não fizemos”, disse, em declarações transmitidas pela RTP3.
Questionada sobre esta mega operação a pouco dias das eleições, a antiga governante assegurou estar convicta de que o timming das buscas é “fundamentado no apuramento da verdade”, mas fez questão de sublinhar que “quem está na vida política já se surpreende com muito pouca coisa”. Temido garante, por isso, estar “tranquila” e disse acreditar que o tema não afetará a campanha eleitoral em curso.
Já o líder do Chega disse “estranhar” que a anterior ministra da Saúde “não saiba de nada”, quando António Lacerda Sales — um dos principais visados nesta investigação — era seu secretário de Estado. Para André Ventura, este caso “mostra como o PS esta cúmplice a tentar abafar a investigação”. Apesar de a Presidência da República não ter sido, para já, visadas nas buscas, o presidente do Chega aconselhou a Marcelo Rebelo de Sousa a prestar mais esclarecimentos, dado o alegado envolvimento do seu filho, Nuno Rebelo de Sousa, amigo dos pais das crianças.
Já Sebastião Bugalho, cabeça de lista pela AD para as europeias, rejeitou fazer “juízos de valor e juízos de facto” sobre a investigação em curso, que está em segredo de justiça. “Eu não nacionalizo a campanha nem para me aproveitar dos sucessos do Governo, nem para me aproveitar das controvérsias da oposição”, acervou aos jornalistas.
(Notícia atualizada)
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