Taxas adicionais sobre carros elétricos chineses vão ser provisórias. Podem chegar aos 38%

As taxas adicionais que a UE quer aplicar sobre os automóveis fabricados na China podem ir até 38%. No entanto, a intenção é vigorarem até novembro e entrar em negociações com a China, diz ACAP.

O secretário-geral da ACAP – Associação Automóvel de Portugal, Helder Pedro, avança que as novas taxas que a Comissão Europeia deverá aplicar sobre as importações de automóveis chineses para o bloco são temporárias, e o objetivo será chegar a acordo com a China acerca dos subsídios atribuídos aos fabricantes. Estas taxas podem ir até 38%.

A ACAP soube, junto da Associação Europeia de Fabricantes Automóveis (ACEA, na sigla em inglês), que a Comissão Europeia pretende aplicar uma taxa adicional, em média, de 21% sobre as importações de veículos chineses. O valor pode ir até aos 38%, no caso de fabricantes que não cooperaram com a Comissão no seu processo de investigação sobre subsídios atribuídos pelo Estado chinês.

As novas taxas deverão ser aplicadas sobre os 10% que já estavam vigentes ao nível da União Europeia. Esta manhã, o jornal britânico Financial Times informava que a Comissão Europeia deveria começar a notificar os fabricantes de carros elétricos sobre as novas taxas já desde esta quarta-feira. Marcas como a BYD ou a Tesla deverão ser afetadas, indica o jornal.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, a marca SAIC deverá enfrentar a tarifa máxima, sobre a Geely recai uma tarifa de 20% e sobre a BYD aplica-se a taxa de 17.4%.

O responsável da associação portuguesa refere ainda que a medida deverá ser implementada entre o dia 4 de julho e 4 de novembro deste ano, sendo portanto provisória. A intenção é encetar o diálogo com a China relativamente aos subsídios atribuídos aos fabricantes de carros elétricos durante este período, através da Organização Mundial do Comércio (OMC). Em novembro, deverá ser revista a medida, em função do resultado das negociações.

É mais um sinal amarelo que a Europa quer dar para chegar a acordo com a China“, avalia Helder Pedro. Sobre possíveis impactos nos preços de compra dos veículos elétricos, o secretário-geral da ACAP remete para as empresas: depende da estratégia de cada uma.

A iniciativa segue o seu caminho apesar dos avisos por parte do governo alemão de que a medida pode iniciar uma guerra comercial com a China, sendo que o gigante asiático já ameaçou retaliar. França e Espanha são os países destacados como impulsionadores da medida. O argumento de Bruxelas é que os fabricantes chineses beneficiam de subsídios que são desleais para os concorrentes europeus. Os Estados membros deverão ser chamados a votar as tarifas até 2 de novembro, indica a publicação britânica.

A China exportou, em 2023, carros elétricos num total de 10 mil milhões de euros para a UE, duplicando a quota de mercado do ano anterior, atingindo os 8%. As estimativas, citadas pelo FT, são do Rhodium Group. Atualmente, a União Europeia já impõe uma taxa de 10% sobre estas vendas, e Pequim aplica uma tarifa de 15% sobre os carros europeus.

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