Portugal com sexta taxa mais baixa de vagas de emprego na UE no primeiro trimestre
Entre janeiro e março, Portugal era o sexto país da UE com menos ofertas de trabalho e tinha a 12.ª taxa de emprego mais alta -- que, apesar disso, teve o sétimo maior recuo entre os 27.
Portugal teve a sexta taxa mais baixa de ofertas de trabalho e a 12.ª taxa de emprego mais alta no primeiro trimestre deste ano na União Europeia (UE), segundo uma série de dados publicados esta sexta-feira pelo Eurostat. No mesmo período, mais de metade dos desempregados do bloco comunitário permaneceram nessa situação.
De acordo com as estatísticas relativas à taxa de ofertas de empregos, verificou-se em Portugal um recuo de 0,1 pontos percentuais (p.p.), tanto na variação em cadeia como na homóloga, para os 1,2% nos primeiros três meses deste ano. O setor da indústria e da construção apresentou uma taxa de vagas de trabalho de 1,1%, enquanto a dos serviços era de 1,9%.
Entre os Estados-membros da UE, que no seu conjunto registaram uma taxa de ofertas de emprego de 2,6%, Portugal posiciona-se como o sexto país com o indicador mais baixo, ficando não só abaixo da média dos 27, como da taxa registada ao nível da Zona Euro (2,9%). Note-se que, quer no bloco comunitário, quer na área da moeda única, a taxa de ofertas de emprego manteve-se estável quando comparada com o trimestre anterior, mas, face ao mesmo período do ano passado, caiu 0,3 p.p. em ambas as zonas.
Evolução da taxa de ofertas de emprego na UE e na Zona Euro
As maiores taxas de ofertas de emprego registaram-se na Áustria (4,5%), Bélgica e Países Baixos (4,4% cada) e Alemanha (3,5%) e as menores na Roménia (0,7%), Bulgária (0,8%), Polónia e Espanha (0,9% cada).
Ainda segundo os dados do gabinete estatístico europeu, entre janeiro e março, o setor administrativo foi o que teve maior taxa de ofertas de emprego (4,7% na Zona Euro e 4,4% na UE), seguindo-se o do alojamento e restauração (4,4% e 4,1%, respetivamente). O setor da informação e comunicação tinha a menor taxa: 3,4% na Zona Euro e 3,1% na UE.
Portugal acima da média da UE na taxa de emprego, a 12.ª mais alta entre os 27
A taxa de emprego aumentou ligeiramente na União Europeia, de 75,5% no último trimestre de 2023 para 75,7% no primeiro trimestre deste ano, segundo o Eurostat. Na comparação homóloga, observou-se uma subida de 0,6 pontos percentuais.
Em Portugal, a percentagem de pessoas entre os 20 e os 64 anos que estavam empregadas no mesmo período foi de 78,2%, o que significa que está acima da média dos 27, mas é apenas a 12.ª taxa mais alta entre os Estados-membros, depois de cair 0,2 p.p. em relação ao último trimestre de 2023.
Ao nível da UE, o comportamento deste indicador variou bastante. Dos 15 países onde a taxa de emprego subiu face aos últimos três meses de 2023, os maiores aumentos verificaram-se na Croácia (+1,8 p.p.), na Eslovénia (+1,3 p.p.) e na Bulgária e Grécia (+0,9 p.p. cada).
Em Itália e na Letónia, a taxa de população empregada permaneceu estável no primeiro trimestre, enquanto o Chipre, a Estónia e a Lituânia (-0,5 p.p. cada) tiveram as maiores descidas dos dez países da UE em que o indicador baixou.
Variação mensal da taxa de emprego nos 27 Estados-membros da UE
Porém, os Estados-membros com as taxas de emprego mais elevadas no primeiro trimestre deste ano foram os Países Baixos (83,4%), Malta e Suécia (ambas com 82,4%) e a República Checa (81,7%). Pelo contrário, Itália e Grécia (ambas com 66,8%), a Roménia (69,4%) e Espanha (71,1%) tiveram as taxas de emprego mais baixas da UE.
Maioria dos desempregados permaneceram no desemprego no primeiro trimestre na UE
As estatísticas do Eurostat relativas ao fluxo laboral mostram que, no conjunto dos 27 países da UE, 3,4 milhões de pessoas desempregadas com idades compreendidas entre os 15 e os 74 anos na UE encontraram emprego entre o quarto trimestre de 2023 e o primeiro trimestre deste ano, representando 25,5% de todos os desempregados no final do ano passado.
Durante o período em análise, a maioria dos desempregados (6,8 milhões, o que equivale a 51,3%) permaneceram nessa situação, enquanto 3,1 milhões (23,3%) transitaram do desemprego para a inatividade.
De todos os que tinham emprego nos últimos três meses do ano passado, 2,5 milhões (1,2%) ficaram desempregados no trimestre seguinte e 4,5 milhões (2,2%) passaram à inatividade.
Já do total de pessoas que estavam fora da população ativa no quarto trimestre de 2023, 4,8 milhões (4,1%) passaram para o emprego no primeiro trimestre deste ano e 4,1 milhões (3,5%) transitaram para o desemprego.
Fluxos do mercado de trabalho na UE no primeiro trimestre
Entre as pessoas que estavam desempregadas em Portugal, quase 92 mil encontraram um novo posto de trabalho ao longo dos primeiros três meses deste ano. Face ao trimestre anterior, representa um aumento de 12 mil pessoas a transitar do desemprego para o emprego. Outras 63 mil passaram do desemprego para a inatividade, menos 14 mil do que no trimestre anterior.
Por outro lado, houve menos sete mil empregados a perder o emprego no país, num total de 83 mil pessoas que ficaram desempregadas. Também se registaram menos pessoas a transitar do emprego para a inatividade: 82 mil entre janeiro e março, o que compara com 128 mil no último trimestre de 2023.
Das pessoas que eram consideradas inativas (não tinham emprego, mas também não estavam disponíveis para abraçar um novo trabalho, nem à procura de um nova oportunidade) em Portugal no primeiro trimestre deste ano, 115 mil passaram para o emprego (mais oito mil do que no trimestre anterior) e 86 mil transitaram para o desemprego (menos nove mil).
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