Mãe das gémeas luso-brasileiras nega ter falado com Marcelo e Nuno Rebelo de Sousa

Questionada na comissão de inquérito sobre eventuais amigos em comum com Nuno Rebelo de Sousa, a mãe das gémeas não soube responder: "Até hoje não sei quem são os amigos em comum."

Daniela Luzado Martins, mãe das gémeas luso-brasileiras tratadas no Hospital Santa Maria com o medicamento Zolgensma, assegura que não conhecia nem nunca se dirigiu “pessoalmente ao Presidente da República nem ao seu filho Nuno Rebelo de Sousa”. “Numa conversa supostamente informal me vangloriei. (…) Sobre isso só posso pedir imensa desculpa”, afirmou.

Na intervenção inicial na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), Daniela Martins lamentou que a “grande maioria das pessoas” em Portugal a conheça “através de uma frase falsa e infeliz”, onde disse que teve uma cunha para que as filhas fossem tratadas no Serviço Nacional de Saúde (SNS). “Numa conversa supostamente informal me vangloriei”, disse, referindo que pedia “imensa desculpa”. “Fui parva. Errei. (…) Disse uma coisa que não era verdade”, acrescentou.

“Nunca conheci nem me dirigi pessoalmente ao Sr. Presidente da República, nem seu filho Nuno Rebelo de Sousa”, assegurou ainda Daniela Martins, contando que conheceu apenas a nora de Marcelo Rebelo de Sousa “num evento de Natal”. Já na primeira ronda da audição, depois da intervenção inicial, indicou aos deputados que o encontro aconteceu em 2022, quando as filhas já tinham recebido o medicamento.

Questionada sobre eventuais amigos em comum com Nuno Rebelo de Sousa e respetiva mulher, a mãe das gémeas não soube responder: “Até hoje não sei quem são os amigos em comum.” Além disso, garantiu ainda que não teve nenhum contacto com o antigo secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales. “Não me dirigi a nenhum órgão do Governo”, disse.

Daniela Luzado Martins garantiu ainda não ter tido um tratamento privilegiado para as filhas, referindo que sempre foi procurar “o melhor para elas” dentro do “direito”. Num depoimento bastante emotivo, a mãe das gémeas contou ainda que esteve à beira de um ” esgotamento físico, mental e financeiro”. “Os recursos começaram a acabar. Só para terem noção tinha gasto mais de mil euros por mês só com terapias”, isto “sem poder trabalhar em Portugal”, dado que as filhas precisavam de apoio total.

“Nunca pedi nenhuma ajuda para pedir a nacionalidade das meninas”

A mãe das gémeas luso-brasileiras assegurou ainda que não teve nenhum tratamento preferencial para pedir a nacionalidade portuguesa para as filhas. “Nunca pedi nenhuma ajuda para pedir a nacionalidade das meninas”, afiançou. Daniela Luzado Martins contou ainda que enquanto as gémeas estavam internadas o “consolado enviou um funcionário” para que tirasse fotografias às gémeas, mas que este se tratou de um “caso justificado” dado que as crianças estavam nos cuidados intensivos.

Daniela Luzado Martins explicou ainda que o processo de nacionalização das gémeas foi iniciado no Consulado português de São Paulo, em abril de 2019, ainda antes do diagnóstico de atrofia muscular espinhal e que as crianças são cidadãs portuguesas desde setembro desse ano.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h54)

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