Costa tem luz verde para presidir ao Conselho Europeu
Ursula von der Leyen vai ser reconduzida para um segundo mandato à frente da Comissão Europeia. Kaja Kallas, primeira-ministra da Estónia, será a chefe da diplomacia europeia.
António Costa já tem luz verde para liderar o Conselho Europeu. De acordo com fontes citadas pela Reuters, as negociações entre as famílias políticas europeias chegaram a bom porto e já há acordo sobre os cargos de topo na União Europeia. Assim, Ursula von der Leyen vai ser reconduzida para um segundo mandato à frente da Comissão Europeia e Kaja Kallas, primeira-ministra da Estónia, será a chefe da diplomacia europeia.
Os seis negociadores que chegaram a acordo esta terça-feira foram o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk (pelo Partido Popular Europeu), o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, o chanceler alemão, Olaf Scholz, (pelos socialistas), o presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro holandês Mark Rutte (para os liberais).
A decisão ainda terá de ser ratificada na próxima reunião entre os líderes europeus a 27 de junho, depois de, no primeiro encontro informal, em Bruxelas, não ter sido possível chegar a acordo. Segundo fontes europeias, de acordo com a Lusa, os negociadores chegaram a acordo partidário (que é preliminar) sobre estes nomes após uma reunião por videoconferência na segunda-feira à noite, que incluem também o de Roberta Metsola, que deverá ser reconduzida no cargo de presidente do Parlamento Europeu, apesar de não fazer oficialmente parte do pacote, por não ser escolhida pelo Conselho Europeu.
António Costa contava desde o início com o apoio de Olaf Scholz e Pedro Sánchez, os principais negociadores dos socialistas. Pelo caminho houve ainda a sugestão do Partido Popular Europeu (PPE), que não agradou aos socialistas do S&D, de dividir em dois o mandato de cinco anos de presidente do Conselho Europeu entre os dois maiores grupos políticos em Estrasburgo. Caso essa hipótese tivesse singrado, seria uma “meia vitória” para António Costa.
Kaja Kallas era a candidata liberal favorita ao cargo de alta-representante da UE para a política externa, mas a eleição de Mark Rutte para secretário-geral da NATO, depois de a Roménia desistir, estava a pesar no desfecho das negociações.
Já Ursula von der Leyen esteve cinco anos à frente da Comissão e conseguiu esta terça-feira assegurar mais cinco. Inicialmente, as contas pareciam fáceis e a recondução era dada como garantida, mas as semanas de campanha criaram um mal-estar entre a spitzenkandidat do PPE e os socialistas.
Tal como Kallas, para ser reconduzida como presidente da Comissão Europeia, a spitzenkandidat do PPE precisa não só de ser um nome consensual entre os 27 Estados-membros – uma etapa aparentemente superada – mas também obter, pelo menos, 361 votos no Parlamento Europeu. Mesmo que consiga convencer os socialistas no hemiciclo, entre o PPE e PES estão reunidos 326 votos. Acrescentando os dos liberais (80 eurodeputados), este total sobe para 406. Mas não será certo que todos os eurodeputados tenham o voto alinhado.
(Notícia atualizada pela última vez às 14h40)
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