Taxa mista supera variável no crédito da casa pela primeira vez em 2023
Escalada das taxas de juro mudou hábitos das famílias no crédito da casa. Pela primeira vez, a taxa mista superou a taxa variável nos contratos de empréstimo no ano passado.
A escalada das taxas de juro mudou os hábitos das famílias no que diz respeito ao crédito da casa. Habituados a contratarem empréstimos à habitação com taxa variável, os portugueses optaram pela taxa mista em 2023 na hora de pedir dinheiro ao banco para comprar o seu lar.
“Esta evolução em 2023 corresponde a uma alteração significativa na estrutura de tipo de taxa de juro no mercado de crédito à habitação, em que sempre tinha predominado a taxa de juro variável”, nota o Banco de Portugal no Relatório de Acompanhamento dos Mercados de Crédito divulgado esta quinta-feira.
Por cada 100 novos contratos da casa celebrados no ano passado, 45 tiveram taxa mista, que tem um período inicial de taxa fixa seguido de um período de taxa variável. Em 2022, a taxa mista representou apenas 12,3% dos novos contratos.
“Em contrapartida, diminuiu a importância dos contratos com taxa variável”, aponta o supervisor. Este tipo de taxa de juro passou a representar 42,6% dos contratos fechados no ano passado, praticamente metade do que aconteceu em 2022 (80,8%).
Em relação à taxa fixa, registou-se também um aumento da proporção dos contratos com este tipo de taxa, passando dos 6,9% em 2022 para os 12,4%.
“O crescimento da importância da contratação de crédito à habitação com taxa de juro mista ou fixa, que permite evitar alterações na prestação mensal (temporariamente, no caso da taxa mista), verifica-se num contexto de aumento das taxas de juro de referência (Euribor)”, contextualiza o Banco de Portugal.
Apesar desta evolução, os contratos a taxa variável representavam o grosso do número de contratos em carteira no final do ano passado, mais de 86%, enquanto a taxa mista correspondia a 10,6% dos contratos existentes e a taxa fixa apenas 3,2%.
Euribor a seis meses é o indexante mais usado
Dentro do conjunto de contratos a taxa variável, o indexante mais usado foi a Euribor a seis meses, que representou 72,1% dos novos empréstimos, acima dos 46,4% registados em 2022, de acordo com o mesmo relatório.
Já a Euribor a 12 meses, “que tem sido a mais frequente em anos anteriores, foi o indexante de apenas 4,7% dos novos contratos de crédito da casa com taxa variável”. A Euribor a três meses foi usada em 16,7% dos novos contratos.
(Notícia atualizada às 16h16)
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