Altri prevê investir 150 milhões por ano em fábrica na Galiza após a construção
A papeleira portuguesa reitera as vantagens da construção do seu megaprojeto industrial para a região, que inclui a criação de 500 postos de trabalho diretos e 2.000 indiretos.
A construção do Projeto Gama, o megacomplexo industrial projetado pela Altri para a Galiza, num investimento próximo de mil milhões de euros, vai implicar, uma vez em funcionamento, uma injeção anual de 150 milhões de euros para a aquisição de matérias-primas, produtos e outros serviços, calcula a empresa.
Estes números foram apresentados pela Altri num memorando enviado a várias administrações locais, com a empresa a procurar convencer as autoridades das vantagens do seu projeto para a região e mostrar que cumpre todos os requisitos para a concessão de fundos financiados pelo programa Next Generation, avança o jornal La Voz de Galicia.
O projeto, que prevê a construção de raiz de uma unidade com capacidade para produzir anualmente 200 mil toneladas de pasta solúvel e 60 mil toneladas de fibras têxteis sustentáveis (lyocell) e tem sido alvo de grande contestação na região devido aos impactos ambientais, conta com a atribuição de um apoio, por parte do Governo central, à volta de 215 milhões de euros, através dos fundos europeus da bazuca espanhola. A Altri calcula que “deverá rondar os 25% do total” do investimento na fábrica, notando que estão ainda a “decorrer as negociações” com as autoridades do país vizinho.
A Altri, no mesmo memorando, sustenta ainda que o Projeto Gama irá criar 500 empregos diretos e 2.000 indiretos, com impacto nas receitas municipais, comprometendo-se ainda com potenciais acordos com as administrações e empresas da região, assim como a colaboração em eventos culturais, de formação e a nível social.
A papeleira portuguesa advoga ainda que a presença deste megaprojeto industrial na região iria permitir à indústria têxtil galega a possibilidade de certificar toda a produção, convertendo a Galiza numa região pioneira a nível global na indústria têxtil sustentável.
Em relação aos impactos na floresta, a Altri insiste que há eucalipto disponível suficiente na região para o projeto e que o Gama promove uma melhoria na gestão e certificação das florestas, sem que seja necessário aumentar a área plantada.
A empresa portuguesa, controlada pelo núcleo duro de acionistas formado por Paulo Fernandes, João Borges de Oliveira, Ana Mendonça e Domingos Vieira de Matos, tem-se desdobrado para convencer as autoridades locais que o seu projeto não é negativo para a região, rebatendo as acusações feitas à empresa.
O investimento chegou a estar previsto para o primeiro semestre de 2023, mas tem vindo a ser atrasado. Questionada pelo ECO no passado mês de abril sobre se pondera avançar com este projeto noutra localização, atendendo à demora e às dificuldades que tem encontrado neste dossiê, a Altri sublinhou estar “focada” neste que diz ser o primeiro projeto mundial integrado de lyocell e que “pelas suas características é unicamente desenhado para esta localização”.
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