Ursula von der Leyen reeleita presidente da Comissão Europeia

O Parlamento Europeu aprovou um novo mandato de cinco anos para presidir ao executivo comunitário. Von der Leyen foi eleita com 401 votos a favor, superando a votação de 2019.

Ursula von der Leyen foi reeleita para presidir à Comissão Europeia por mais cinco anos. A votação decorreu esta quinta-feira no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, depois de a alemã ter discursado durante quase uma hora, no qual anunciou o plano de ação para o executivo para o próximo mandato.

A alemã foi eleita com 401 votos a favor (mais 18 do que em 2019), 284 votos contra, 15 abstenções e sete votos nulos. Para a reeleição, von der Leyen necessitava de 360 votos de um total de 707 eurodeputados que estiveram presentes no hemiciclo.

Este é um momento muito emocionante para mim“, afirmou von der Leyen em declarações aos jornalistas, após o resultado da eleição que superou o de 2019.

“Da última vez foram oito votos acima da maioria necessária, desta vez são 41, o que transmite uma forte mensagem de confiança e é também um reconhecimento pelo trabalho árduo que temos realizado em conjunto nos últimos cinco anos”, adiantou a presidente reconduzida.

Ursula von der Leyen reage após ter sido reeleita Presidente da Comissão Europeia durante uma sessão plenária do Parlamento Europeu em Estrasburgo, França, a 18 de julho de 2024.EPA/RONALD WITTEK

A reeleição da governante não era dada como garantida, uma vez que algumas famílias políticas que apoiaram o seu último mandato (excluindo o Partido Popular Europeu (PPE)), não esclareceram, até esta quinta-feira, de que forma iriam votar, tendo apresentado várias resistências durante as negociações com von der Leyen ao longo das últimas semanas. Uma das contestações, sobretudo vido da esquerda, prendia-se com a proximidade a Giorgia Meloni, primeira-ministra italiana e líder dos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), que a alemã admitiu que iria manter durante a próxima legislatura.

Questionada sobre se se arrepende da aproximação a Meloni, Von der Leyen diz que “o resultado mostra que a abordagem foi a correta”, sublinhando que o fez com todos os grupos políticos que são “a favor da Europa, da Ucrânia, e do Estado de Direito”.

Ademais, os parceiros políticos exigiram que o plano de ação da Comissão Europeia para próximos cinco anos contemplasse alguns pontos-chave para o futuro dos 27. Entre eles, um reforço da indústria e da competitividade no bloco europeu, uma aposta no desenvolvimento do setor da defesa e ainda um desenho de uma estratégia para a habitação, sem esquecer os compromissos assumidos na legislatura anterior, nomeadamente, o Pacto para as Migrações e o Pacto Ecológico Europeu.

Durante a sua intervenção no Parlamento Europeu, presidente alemã anunciou a criação de três novas comissões: uma para a Defesa, para a Habitação e para o Mediterrâneo, anunciado estratégias respetivas para cada uma das pastas — isto tudo, sem esquecer a “competitividade” e a “prosperidade”, exigências da sua própria família política.

As promessas convenceram os mais reticentes uma vez que só depois do discurso proferido na sessão desta manhã é que os Socialistas e Democratas (S&D), os liberais do Renovar Europa e os Verdes anunciaram que votariam favoravelmente na eleição da presidente da Comissão Europeia. Os três grupos políticos, incluindo o PPE, somam 454 votos. No entanto, importa realçar que a votação desta manhã foi secreta e individual, ou seja, os eurodeputados não estavam obrigados a votar em bloco.

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Em comunicado, Iratxe García Pérez, líder do S&D, anunciou que embora as exigências do grupo político tenham sido ouvidas, o voto dos 136 eurodeputados “não é um cheque em branco”, garantindo que o escrutínio ao trabalho de von der Leyen “começa agora”.

À semelhança dos socialistas, também os 77 eurodeputados liberais prometeram que estarão atentos aos próximos cinco anos e insistirão que “os compromissos assumidos por von der Leyen sejam cumpridos”.

Já os 53 eurodeputados dos Verdes — que se assumiram como parte da maioria a quatro que permitiu a reeleição de von der Leyen — congratularam a vitória da presidente reconduzida, vincando na rede social X (ex-Twitter), que “o cordão sanitário contra a extrema-direita mantém-se“.

Von der Leyen admitiu estar “muito grata” à plataforma dos três maiores grupos políticos, mas agradeceu igualmente aos Verdes. “É um bom sinal que, no final, os tenha convencido a apoiar-me”, diz.

Agora eleita, Ursula von der Leyen terá de se focar na formação do colégio de 27 comissários europeus que são, também, votados pelo Parlamento Europeu depois de serem ouvidos pelos eurodeputados.

Nas próximas semanas estarei focada em formar a minha equipa de comissários“, disse von der Leyen na conferência de imprensa dando nota de que notificará os 27 Estados-membros a submeterem as suas candidaturas. À semelhança de 2019, a presidente alemã vai pedir duas candidaturas: a de uma mulher e de um homem, em nome da paridade. Em agosto, os candidatos serão entrevistados pela própria presidente da Comissão Europeia.

Portugal e Costa felicitam von der Leyen

Recorrendo à rede social X, o Ministério dos Negócios Estrangeiros, liderado por Paulo Rangel, congratulou a reeleição de Ursula von der Leyen, sublinhando que Portugal “continuará a privilegiar uma excelente cooperação com a Comissão” Europeia.

Também na rede social X, o ex-primeiro-ministro e futuro presidente do Conselho Europeu felicitou a eleição de Ursula von der Leyen por mais cinco anos em frente à Comissão Europeia, salientando tê-lo feito com “uma maioria muito abrangente” no Parlamento Europeu. Para António Costa, a recondução da alemã é “uma boa notícia para a Europa e para os europeus”.

Notícia atualizada pela última vez às 15h18

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