Ministra do Trabalho avisa que “desemprego jovem atingiu taxas que não são admissíveis”
Desemprego jovem chegou aos 20,3% em 2023, taxa que a ministra do Trabalho considera inadmissível, até porque taxa de desemprego global está em níveis historicamente baixos.
Apesar de estar estável, nem tudo está bem no mercado de trabalho português. O aviso foi feito esta sexta-feira pela ministra da tutela que chamou a atenção para a elevada taxa de desemprego jovem. Maria do Rosário Palma Ramalho disse também que é a favor da livre circulação, mas “tem pena” que o país perca jovens qualificados que “já não regressam a Portugal”.
“O desemprego jovem atingiu taxas que não são admissíveis“, atirou a governante esta manhã, na apresentação do novo relatório do Centro de Relações Laborais (CRL) sobre a evolução do emprego e da formação em Portugal.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, no último ano, a taxa de desemprego jovem fixou-se em 20,3%, tendo aumentado 1,2 pontos percentuais face a 2022. Em comparação, a taxa de desemprego global situou-se em 6,5%, tendo subido somente 0,4 pontos percentuais, em termos homólogos.
Foi em reação a estes dados que a ministra do Trabalho sublinhou: “não me contento que tenhamos uma taxa de desemprego tão baixa em termos gerais, mas que seja mais de 20% entre os jovens“.
Maria do Rosário Palma Ramalho aproveitou também para comentar a saída dos jovens qualificados do país, dizendo que é a favor da livre circulação entre países, mas garantindo que tem pena que o país perca estas pessoas. “Já não regressam ou vêm cá fazer umas férias e apanhar sol“, realçou a governante, sinalizando que tal também equivale a perdas da Segurança Social.
A situação dos jovens não é, porém, o único ponto menos positivo do mercado de trabalho para a ministra da tutela. “Também não me contento que tenhamos um grande nível de contratos sem termo, se esses contratos correspondem a um nível remuneratório muito baixo. Não me contento que tenhamos todos direito ao salário mínimo, quando a diferença face ao salário médio em Portugal é muito pequena. Isto não devia ser assim“, enumerou Palma Ramalho.
A subida do salário médio, a par do reforço do salário mínimo, tem sido um dos temas quentes dos últimos anos, daí que o acordo de rendimentos celebrado na Concertação Social preveja não apenas a trajetória ascendente da retribuição mínima garantida, mas também referenciais para os aumentos dos demais salários do setor privado.
O novo Governo está a revisitar com os parceiros sociais esse entendimento, e a UGT já deixou claro que considera que há condições para rever esses referenciais. Da parte do Executivo, os 30 pontos que já disse que quer revisitar não incluem essa matéria, mas a ministra do Trabalho tem mostrado abertura para discutir tudo o que os patrões e os sindicatos entenderem pertinente.
Palma Ramalho defendeu, portanto, esta sexta-feira que o salário médio “devia ser muito mais alto do que é”. “Portugal ainda tem de fazer um longo caminho nesta matéria para melhorar as condições de vida e de trabalho dos portugueses“, declarou.
À parte dos pontos já referidos, a ministra do Trabalho observou que há também trabalho a fazer no que diz respeito à taxa de pobreza, à persistência das desigualdades na distribuição de rendimentos, à discriminação salarial e à integração dos imigrantes no mercado laboral nacional.
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