O que mudou desde queda do BES? “Supervisão curva-se menos perante sensações de poder”, diz líder do BPI

Passam dez anos desde a queda do BES. O que mudou? “Somos menos banqueiros e mais bancários", assume o líder do BPI, apontando também para a evolução positiva da supervisão. "É mais isenta", diz.

O BES caiu há dez anos. O que mudou desde então? Para o CEO do BPI, os bancos estão mais preparados, com gestores “profissionais”. “Somos menos banqueiros e mais bancários, isso é bom”, assumiu João Pedro Oliveira e Costa. Mas não só. Também houve uma evolução positiva na supervisão: “está mais próxima, mais intrusiva e curva-se menos perante sensações de poder que possam existir”, disse.

No dia 3 de agosto cumpre-se uma década desde que o Banco de Portugal aplicou a medida de resolução ao BES e a efeméride não foi esquecida na conferência de apresentação dos resultados do BPI, que anunciou esta quarta-feira uma subida de 28% do lucro para 327 milhões de euros no primeiro semestre.

João Pedro Oliveira e Costa considerou que “as regras de supervisão são hoje mais eficazes e intrusivas e os agentes de supervisão estão mais preparados”.

“Temos um ambiente regulatório muito robusto, temos na Europa dos mais robustos do mundo. A supervisão está mais próxima, mais intrusiva, curva-se menos perante sensações de poder que possam existir”, prosseguiu. “É mais isenta, aplica as regras e supervisiona os bancos dentro das convicções”, acrescentou.

A supervisão está mais próxima, mais intrusiva, curva-se menos perante sensações de poder que possam existir. É mais isenta, aplica as regras e supervisiona os bancos dentro das convicções.

João Pedro Oliveira e Costa

CEO do BPI

Por outro lado, também os próprios gestores estão mais bem preparados. “Há uma nova geração que está na banca que pensa diferente. É mais profissional. Somos menos banqueiros e mais bancários, isso é bom”, afirmou.

O CEO do BPI sublinhou que “o setor financeiro, de uma forma geral, está mais bem preparado” agora do que há dez anos.

“Os resultados ajudaram, mas houve um enorme esforço dos bancos que estavam numa situação mais complexa, quer em acionistas e em capital, fizeram um trabalho muito positivo aos olhos de qualquer um”, observou.

Indicadores como os níveis de capital, de eficiência e transformação de depósitos em empréstimos posicionam os bancos portugueses numa situação mais favorável do que os pares europeus, apontou ainda.

“Ter um sistema sólido como um todo, e não apenas metade, é claramente uma mais-valia para as empresas, economia e também para as populações”, destacou.

(Notícia atualizada às 12h39)

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