Lucro do BCP sobe 14,7% no primeiro semestre para 485 milhões de euros
Só em Portugal, o lucro do banco aumentou 16% para 411 milhões de euros naquele que foi o melhor primeiro semestre do BCP dos últimos 10 anos.
O Banco Comercial Português (BCP) anunciou um aumento de 14,7% nos seus lucros no primeiro semestre de 2024, atingindo os 485,3 milhões de euros. Segundo Miguel Maya, CEO do banco, “este resultado marca o melhor desempenho semestral do banco na última década”, refere o banqueiro em conferência de imprensa.
Este resultado positivo foi fortemente impactado pela melhoria da margem financeira, que cresceu 1,7% atingindo 1.397,5 milhões de euros (apresentando uma margem de 3,08%), que demonstra a capacidade do banco em gerar receitas estáveis num ambiente de taxas de juro voláteis, e à redução das imparidades e provisões.
Os resultados do banco mostram também um rácio de transformação de depósitos em crédito de 67% no primeiro semestre do ano, que compara com um “rácio de 167% nos tempos mais difíceis do banco”, recorda Miguel Maya.
Os números apresentados esta quarta-feira revelam também um aumento de 2,3% das receitas com comissões, que totalizaram 396 milhões de euros no primeiro semestre do ano. Este crescimento foi impulsionado por várias áreas, incluindo comissões bancárias, que subiram 0,3%, e comissões relacionadas com mercados, que aumentaram 11,7%.
As operações do BCP em Portugal fecharam com um lucro líquido de 411 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, representando um aumento de 16,2% face ao primeiro semestre de 2023.
Os resultados apresentados esta quarta-feira revelam também que os custos operacionais do grupo aumentaram 10,3%, para 619,4 milhões de euros, devido a investimentos em tecnologia e expansão da base de clientes.
No entanto, a relação custo-rendimento manteve-se controlada, evidenciando uma gestão eficiente dos recursos. “O BCP manteve sólidos rácios de capital”, referiu Miguel Maya durante a apresentação dos resultados, notando que o rácio CET1 situa-se nos 16,2% e o rácio de capital total em 20,6%, “ambos confortavelmente acima dos requisitos regulamentares.”
O BCP revela ainda que os ativos não produtivos (NPE) reduziram-se em 176 milhões de euros face a junho de 2023, demonstrando uma melhoria contínua na qualidade da carteira de crédito. “O BCP continua a focar-se na inovação e na digitalização, com um aumento de 11% na base de clientes móveis”, que agora representam 70% do total de clientes.
As operações em Portugal fecharam com um lucro líquido de 411 milhões de euros, representando um aumento de 16,2% face ao primeiro semestre de 2023. Este resultado foi impulsionado pela redução das contribuições regulamentares e pela gestão rigorosa dos custos operacionais, refere o banco em comunicado.
Os resultados do segundo trimestre do BCP foram também impactados pelos resultados das suas operações internacionais na Polónia e em Moçambique, se bem que de forma distinta.
Na Polónia, o Bank Millennium, do qual o BCP detém uma participação de 50,1%, apresentou um lucro líquido de 357 milhões de zlotys (cerca de 82,8 milhões de euros) no primeiro semestre de 2024, mantendo-se praticamente estável face ao período homólogo.
Este desempenho foi alcançado apesar dos desafios contínuos relacionados com a carteira de empréstimos hipotecários denominados em francos suíços, que resultaram em provisões significativas para riscos legais no valor de 1.124 milhões de zlotys (260,5 milhões de euros), destacou o BCP em comunicado à CMVM.
Além disso, o banco foi impactado por custos relacionados com a extensão das moratórias sobre créditos hipotecários em zlotys, no montante de 201 milhões de zlotys (46,6 milhões de euros).
Em Moçambique, o Millennium Bim, segundo maior banco do país e onde o BCP possui uma participação de 66,7%, registou uma queda de 4,3% no lucro líquido, atingindo 3.225,5 milhões de meticais (cerca de 46,8 milhões de euros) no primeiro semestre de 2024, comparado com 3.366,9 milhões de meticais (48,5 milhões de euros) no mesmo período de 2023.
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