Fundador da Temu torna-se no homem mais rico da China

Colin Huang, 44 anos, tem um património avaliado em 44,5 mil milhões de euros, controlando uma posição de 25% na Pinduoduo, grupo que detém a loja online Temu. É o 25.º mais rico do mundo.

O fundador da Temu, uma loja online que tem feito furor no ocidente devido aos preços muito baixos, é agora o homem mais rico da China, com uma fortuna avaliada em 48,6 mil milhões de dólares (44,5 mil milhões de euros). Colin Huang Zheng ocupa também a 25.ª posição na lista das pessoas mais ricas do planeta, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.

Com a subida à primeira posição dos mais ricos da China, Colin Huang destronou Zhong Shanshan, o magnata da água engarrafada que controla a Nongfu Spring e que figura na 26.ª posição do índice mundial. Mas apesar do incrível sucesso que a Temu tem tido fora da China, o ranking mostra que a fortuna destes dois homens tem encolhido desde o início do ano: Huang perdeu 2,9 mil milhões de dólares e Shanshan já leva um rombo de 20,3 mil milhões.

Aos 44 anos de idade, Colin Huang, que no passado trabalhou como engenheiro da Google, tem estado afastado da luz dos holofotes desde que deixou as funções executivas no grupo Pinduoduo, dono da Temu, que tem sede em Shangai. Em 2020 deixou de ser CEO e em 2021 abdicou de ser chairman para se dedicar à investigação em áreas do seu interesse pessoal.

Mas Huang mantém uma posição de 25% na Pinduoduo, plataforma de e-commerce que fundou em 2015 e que, muito graças aos efeitos da pandemia, elevou o seu património até aos 71,5 mil milhões de dólares em 2021. Boa parte desse montante evaporou-se com o desconfinamento e com o travão de Pequim às empresas tecnológicas: no espaço de um ano, o empreendedor perdeu 87% da sua fortuna, explica a Bloomberg esta sexta-feira.

Em 2022, a Pinduoduo iniciou uma expansão internacional e lançou a Temu para vender produtos fora da China. Foi uma aposta certeira, coincidindo com a espiral inflacionista. Com os consumidores bastante mais sensíveis aos preços, a popularidade da Temu não parou de crescer, incluindo em Portugal, o que ajudou a contrabalançar o negócio. No ano seguinte, o grupo reportou receitas de 248 mil milhões de yuan (31,66 mil milhões de euros), um crescimento de 90% face ao ano anterior.

Parte deste crescimento acontece também à custa dos trabalhadores. Segundo a Bloomberg, a empresa tem atraído escrutínio dentro e fora da China devido à dura jornada de trabalho. Mesmo depois da morte de uma jovem trabalhadora em 2021, a dona da Temu continua a obrigar os trabalhadores a praticarem um turno das 11 às 23 horas durante seis dias da semana, mais horas extra.

Em Portugal, um mercado com consumidores particularmente sensíveis aos preços, a Temu também tem atraído cada vez mais utilizadores nos últimos meses. Em novembro de 2023, os CTT anunciaram ter a exclusividade das entregas das encomendas da Temu no território nacional, “constituindo-se, simultaneamente, como um parceiro estratégico em Espanha”.

Além disso, o regime em vigor na União Europeia é particularmente favorável para empresas como a Temu. Devido aos preços muito competitivos, a plataforma beneficia de isenção de taxas alfandegárias sobre os bens de valor inferior a 150 euros. Mas isso pode estar prestes a mudar: em maio de 2023, a Comissão Europeia propôs uma reforma aduaneira que prevê o fim dessa isenção. Uma ameaça ao crescimento das plataformas chinesas na Europa.

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