Sindicato alerta para “fortes constrangimentos” nos aeroportos devido a greve
Os trabalhadores da empresa de handling SPdH (Groundforce) convocaram uma greve para os dias 31 de agosto e 1 de setembro, em protesto pelos salários baixos.
O Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal (Sttamp) avisou esta segunda-feira que a greve dos trabalhadores da Groundforce, agendada para 31 de agosto e 1 de setembro, vai provocar “fortes constrangimentos” nos aeroportos. “[…] Não havendo até ao momento qualquer desenvolvimento negocial que permita desmarcar a greve, a mesma, a acontecer irá certamente provocar fortes constrangimentos nos aeroportos nacionais, nomeadamente Porto e Lisboa, cujos efeitos são nesta altura totalmente imprevisíveis”, alertou o Sttamp, em nota.
Ainda assim, o sindicato garantiu que vão ocorrer atrasos e “inúmeros cancelamentos de voos” para todos os destinos operados pelas companhias aéreas assistidas pela SPdH – Serviços Portugueses de Handling, como a TAP. O Sttamp recomendou ainda aos passageiros com viagens marcadas para os dias da greve, que confirmem as mesmas com os serviços das respetivas companhias aéreas.
Os trabalhadores da empresa de handling SPdH (Groundforce) convocaram uma greve para os dias 31 de agosto e 1 de setembro, em protesto pelos salários baixos, entre outras reivindicações, segundo um pré-aviso, divulgado na semana passada. O Sttamp emitiu um pré-aviso de greve, que abrange todos os aeroportos nacionais, “das 00:00 horas do dia 31 de agosto de 2024, às 24:00 horas do dia 01 de setembro de 2024”.
A paralisação foi convocada contra “a existência de vencimentos base inferiores ao salário mínimo nacional”, protestando ainda contra “o recurso sistemático a trabalhadores de empresas de trabalho temporário” e o “trabalho suplementar em incumprimento com os limites legais em vigor”. O sindicato referiu ainda as “alterações sucessivas de horários à margem das disposições do Acordo de Empresa” e “a forma como decorre o programa de saídas voluntárias, sob ameaça de despedimento coletivo numa empresa em que não há pessoas para trabalhar”.
O Sttamp justificou também a greve com o facto de “que mais uma vez, independentemente do motivo ou da origem que fragiliza a empresa” serem sempre “os trabalhadores a pagar a fatura”. Segundo o pré-aviso, “os trabalhadores assegurarão os serviços necessários à segurança e manutenção dos equipamentos e instalações” e “a prestação dos serviços mínimos indispensáveis à satisfação das necessidades sociais impreteríveis”.
A Menzies Aviation anunciou em junho ter concluído a aquisição de 50,1% na Groundforce Portugal, mais de um ano após o anúncio do acordo para entrada do novo acionista, em março de 2023. A TAP pediu em 2021 a insolvência da Groundforce, num processo cuja lista provisória de credores apontava, nessa altura, para cerca de 154 milhões de euros em dívidas. Posteriormente, segundo o plano, as dívidas reconhecidas fixaram-se em 136,2 milhões de euros.
A Menzies prevê um investimento inicial de 12,5 milhões de euros na Groundforce. A Lusa contactou a TAP para saber qual o impacto esperado da greve e aguarda uma resposta.
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