Portugal financia-se em 500 milhões a 12 meses com juro abaixo dos 3%

Tesouro financiou-se esta quarta-feira em 750 milhões de euros, com os custos a baixarem significativamente. Pagou menos de 3% para emitir 500 milhões de euros em bilhetes a 12 meses.

Portugal financiou-se esta quarta-feira em 750 milhões de euros através da emissão de títulos de dívida de curto prazo, com os custos do financiamento a baixarem em relação ao anterior leilão.

O IGCP emitiu 500 milhões de euros com Bilhetes do Tesouro a 12 meses e pagou aos investidores uma taxa de juro de 2,794%, abaixo dos 3,451% do leilão realizado em maio. Desde julho do ano passado que a taxa a 12 meses ficou sempre acima dos 3%.

Já na linha a seis meses a agência liderada por Miguel Martín obteve 250 milhões de euros a uma taxa média de 3,161%, baixando em comparação com os 3,631% que pagou há apenas quatro meses.

Custos de financiamento baixam

Fonte: IGCP

Em ambas as linhas a procura revelou-se robusta, o que ajudou a baixar os custos do financiamento. O que era, de resto, já esperado em função do alívio das taxas de juro oficiais do Banco Central Europeu (BCE). Desde maio, a autoridade monetária da Zona Euro cortou as taxas diretoras por duas ocasiões — a última na semana passada — e a tendência será de desaperto da política de juros nos próximos meses perante a redução das pressões inflacionistas. A Reserva Federal americana deverá seguir hoje o mesmo caminho.

“A descida que verificamos acaba por refletir o movimento que temos tido no mercado e está em sintonia com as perspetivas dos bancos centrais”, explica Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa.

“A inflação tem vindo a descer como se previa e por força das políticas monetárias que estavam em vigor, temos agora uma inversão das mesmas. As economias estão a ter o comportamento esperado, motivo pelo qual o discurso dos bancos centrais continue no modo de ver os dados futuros para depois darem as indicações sobre se e quando teremos novas descidas de taxas”, acrescenta o responsável.

Devido ao aperto da política monetária, os governos assistiram a um agravamento do custo da dívida pública nos últimos anos. No caso português, o custo da dívida emitida escalou dos 0,5% para 3,5% entre 2020 e 2023, de acordo com os dados do IGCP.

(Notícia atualizada às 10h58)

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