Nova fábrica da Altri com impacto de 342 milhões por ano no PIB galego após construção
Um relatório encomendado pela empresa portuguesa à consultora Valora calcula que o megaprojeto industrial para a Galiza vai criar mais de 3.600 postos de trabalho, dos quais 500 serão diretos.
A construção do megacomplexo projetado pela Altri para a Galiza, num investimento próximo de mil milhões de euros, vai ter um impacto médio anual de 342 milhões de euros no produto interno bruto (PIB) galego ao longo de 22 anos, após a sua construção, concluiu um relatório da consultora Valora que calcula o impacto sócio-económico. O mesmo documento estima ainda que o Projeto Gama vai gerar 3.608 postos de trabalho, dos quais 500 diretos.
O relatório aponta um impacto anual médio no PIB galego de 176 milhões de euros, durante o período de construção, entre 2025 e 2027, e entre 324 e 373 milhões de euros entre 2027 e 2046. No total, a construção da nova unidade da Altri na região deverá dar um contributo de 7.522 milhões de euros para a economia da Galiza e ter um impacto de 8.927 milhões na economia do país, nos 22 anos após a conclusão da construção da fábrica, segundo mostra o documento encomendado pela Altri à Valora Consultores, a que o ECO teve acesso.
Mais ao detalhe, o relatório prevê que o projeto, uma vez em funcionamento, teria um impacto 2,5 euros na economia por cada euro mobilizado de forma direta em Espanha, fruto da sua atividade no período 2025-2046. Este valor sobe para três euros no caso da Galiza, segundo as estimativas da Valora Consultores.
Em termos de criação de emprego, o relatório da Valora calcula que sejam gerados 3.608 postos de trabalho na Galiza, dos quais 500 serão diretos. Já no plano nacional, a nova unidade vai permitir a criação de 3.690 empregos indiretos, além dos 500 diretos.
O projeto da Altri para a Galiza, que prevê a construção de raiz de uma unidade com capacidade para produzir anualmente 200 mil toneladas de pasta solúvel e 60 mil toneladas de fibras têxteis sustentáveis (lyocell) e tem sido alvo de grande contestação na região devido aos impactos ambientais, conta com a atribuição de um apoio, por parte do Governo central, de cerca de 215 milhões de euros, através dos fundos europeus da bazuca espanhola.
A papeleira portuguesa tem-se desdobrado em esforços para mostrar os benefícios desta nova unidade para a região e rebatido as acusações de ser uma “bomba ambiental” para a região.
No passado mês de julho, a empresa portuguesa adiantou que, uma vez em funcionamento, o megaprojeto vai exigir uma injeção anual de 150 milhões de euros para a aquisição de matérias-primas, produtos e outros serviços, segundo os cálculos da empresa.
O investimento chegou a estar previsto para o primeiro semestre de 2023, mas tem vindo a ser atrasado.
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